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Caos financeiro

Em clima de ‘UFC’, Bernal e vereadores discutem soluções para enfrentar crise financeira na Capital

'Nova' gestão de Bernal contabilizou um déficit aos cofres públicos na margem dos R$ 158 milhões de reais.

Tons mais acalorados, seguidos de tons mais amenos em certos momentos. Assim foi o clima entre o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) e os vereadores no plenarinho da Câmara Municipal, onde tiraram a manhã desta quarta-feira (16) para discutir a situação financeira de Campo Grande.

Durante explanação, juntamente com o secretário de Governo, Paulo Pedra (PDT), o secretário de Administração, Disney Fernandes afirmou que os números encontram-se graves e que durante o período da administração de Bernal, sua cassação até seu retorno, as despesas do município contabilizam hoje em torno de R$ 158 milhões de reais de déficit aos cofres públicos. Os vereadores por diversos momentos interromperam sua apresentação, motivo este que fez o presidente em exercício da casa, vereador Flávio César (PTdoB) solicitar que Disney terminasse o que estava se propondo a fazer.

Terminando o relatório, o vereador Coringa (PSD) ocupou a tribuna e questionou diretamente o prefeito Alcides Bernal sobre quais as ações imediatas que serão feitas para ‘fechar a conta’. “Prefeito, quais as medidas que serão tomadas? Esperamos por uma resposta definitiva, onde serão feitos os cortes, a situação dos professores e dos médicos vão ser resolvidas?”, disse o vereador. Bernal rebateu afirmando que a educação e a saúde pública são prioridades e que fará o ‘possível e o impossível’ para solucionar. “Temos que debater os problemas. É pra isso que estamos aqui hoje. Temos um déficit gigante para resolver (R$ 158 milhões) e a matemática é certa. Precisamos de paz para trabalhar para trazer de volta a saúde financeira da cidade. Não sou mágico e não vou tirar dinheiro de onde não tem, vou cortar gastos, reduzir despesas, só assim traremos o dinheiro de volta”.

Coringa voltou a questionar Bernal sobre a questão da mobilização dos professores pelo reajuste do piso salarial. “O senhor pode ter certeza de que vamos solucionar o problema da educação, educação é coisa séria e começa em casa”, decretou o prefeito.

Solurb

Alex do PT também ocupou a tribuna para cobrar o cancelamento de contrato com a Solurb. “Isso é ilegal, é imoral esse contrato com a Solurb por 30 anos. Temos que criar um debate maior nesse sentido. Se deixamos chegar nessa situação lamentável é por que deixamos o ‘barco solto’ e fomos permissivos. Não adianta mostrar a figura e não estancar a sangria”, afirmou Alex. 

O juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública e de Registros Públicos, Ricardo Galbiati, concedeu liminar na última terça-feira (15) que determina ao consórcio DG Solurb o restabelecimento, em 12 horas, da coleta de lixo residencial e hospitalar no município de Campo Grande.

A decisão foi tomada a partir de ação inominada movida pela Prefeitura de Campo Grande e, caso a empresa não acate a liminar estará sujeita a multa diária que varia de R$ 50 mil e até o limite de R$ 1 milhão.

Base na Câmara
Aproveitando a visita na Casa de Leis, Bernal afirmou que os trabalhos para ampliar a base aliada na Câmara já começaram, (um dia após a bancada do PT declarar independência em relação a seu governo). “Estamos estabelecendo conversas, vou conversar com o PT para realizarmos um trabalho em conjunto. Ainda não escolhi um líder na Câmara, mas estou analisando e as conversas continuam”, despistou o prefeito, sem adiantar um nome para representar ‘o cargo’.