Projeto de escola municipal tem ensino diferenciado e diminui evasão escolar
Na tarde desta terça-feira (22) o MS Notícias conversou com Mauricio Macedo Vieira, diretor da Escola Municipal Osvaldo Cruz e coordenador do Projeto Pedagógico para o Ensino Fundamental Travessia Educacional do Jovem Estudante Campo-Grandense (Traje).
A partir do Decreto n° 11.169 de 07 de abril de 2010, o colégio Osvaldo Cruz passa a fazer parte da Rede Municipal de Ensino com o nome de Escola Municipal Osvaldo Cruz. Após determinação do Ministério da Educação de não permitir o ingresso de alunos com menos de 18 anos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) passaram a atender os alunos entre 15 a 17 anos com distorção de idade e ano de escolaridade, e assim nasceu o projeto Traje.
O projeto foi inaugurado em 29 de março de 2010 com a missão de desenvolver uma política de educação que possibilite aos jovens entre 15 e 17 anos afastados ou que não tiveram acesso ao sistema formal de ensino e aqueles que estão no sistema, porém em distorção de idade ou ano, a oportunidade de escolarização no ensino regular, porém integrando o ensino fundamental à iniciação ao mundo do trabalho e a qualificação social e cidadã desses jovens.
O diretor falou ainda que no início do projeto sofreu muito preconceito por parte de pessoas que não acreditavam que seria possível trazer o interesse para jovens que “não gostavam de estudar”, mas conta orgulhoso que superou o desafio e hoje tem um índice em média de 95% dos alunos aprovados “o índice é satisfatório, quando acontece de um aluno ficar de exame, nós vamos analisar o que levou isso acontecer, ou ausência ou a escola, alguma coisa deve ter acontecido”.
Mauricio diz que a evasão dos alunos ainda é grande, ele fechou o ano com 534 alunos, mas também fez questão de frisar que com a mudança do prédio da escola do centro para o bairro aumento tanto a procura de matrículas por parte dos alunos, como a participação dos pais nas reuniões escolares.
Esse é um projeto que visa diminuir a diferença de idade com relação ao ano do adolescente na escola e Maurício se diz muito satisfeito com o resultado geral, desde que o projeto iniciou em 2010 “nós tivemos alunos aprovados aqui no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), que é uma seleção que exige uma prova, muito foram para o ensino técnico, ensino médio”.
O diretor diz sentir que a satisfação é recíproca por parte dos alunos, pois eles não querem ficar em casa, e já ouviu por parte de pais e alunos o desejo que esse projeto seja expandido para o ensino médio. Mauricio fez questão de lembrar que esse projeto foi pioneiro em Campo Grande e que essa é a única escola municipal que trabalha dessa forma com os adolescentes.
Segundo Maurício o Traje deu certo porque é uma união de todos os envolvidos, diretor, professores, psicólogos, são todos unidos por uma mesma causa, inserir esses jovens na escola e posteriormente no mercado de trabalho sem que ele sofra nenhum tipo de preconceito por ter perdido algum ano.
“Eles estudam duas séries em um período, alguns estudam até cinco séries do 1º ao 5º” comenta Maurício sobre a prática de ensino utilizada.
De acordo com Maurício a Secretaria de Educação tem previsão de fazer uma inauguração do prédio assim que der início ao ano letivo de 2016.