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Cidade de Deus

Desembargador suspende transferências de famílias de favela

Wanderson Lara

 

Decisão do Tribunal de Justiça suspendeu o processo de remoção das famílias da favela Cidade de Deus, iniciado pela Prefeitura de Campo Grande, na última segunda-feira (7). A liminar foi concedida pelo desembargador Paulo Alberto Oliveira, em atendimento a pedido do Instituto Veredas da Fé.

Em coletiva a imprensa, membros da sociedade civil organizada criticam a ação e a falta de comunicação do poder público municipal na remoção das famílias. Segundo o membro da secretaria executiva da Comissão de Justiça e Paz, Lairson Palermo, a situação vivenciada na favela Cidade de Cidade lembra um campo de concentração. Devido o período chuvoso, várias família que tiveram seus barracos derrubados em virtude da remoção estão dormindo sobre lonas, sem qualquer respeito à dignidade dessas pessoas.

A representante do Instituto Veredas da Fé, Alcina Reis, afirma que a remoção começou de forma irregular e coercitiva, porque quando o poder público chegou ao local de retirada, acompanhado pela polícia armada com balas de borracha, os morados não tinham a informação para onde iam.

“Entre pegar o absurdo e não ter nada pegaremos o absurdo” disse a representante do Instituto Filhos da Misericórdia e moradora da Cidade de Deus, Irma Delair Urias.  

O grupo formado por membros da sociedade civil organizada defende que enquanto não houver um plano de remoção digno para as famílias ela não deve acontecer. Eles pediram em reunião com o Desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Paulo Alberto Oliveira para que o assunto seja abordado em uma audiência pública, pois o caso trata de uma questão importante de interesse público.