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Projeto da bancada Cristã causa polêmica nas redes

Ontem (31) foi aprovado na Câmara Municipal de Campo Grande um projeto que impede que os professores da educação básica abordem temas sobre orientação sexual criando obstáculos para o debate de questões sociológicas e políticas dentro de sala de aula. Ele prevê a afixação de cartazes nas salas de aulas das instituições da rede municipal.

O autor do projeto o vereador Paulo Siufi (PMDB) defende que “esses temas não precisam ser discutidos em salas de aula com crianças, essa formação tem que ser ensinada em casa pela família”. O parlamentar diz que a medida faz parte de uma parceria com o Movimento Nacional Escola Sem Partido que prioriza o papel da escola como centros de produção e difusão de conhecimento.

O projeto teve apenas dois votos contrários de Eduardo Romero (Rede Sustentabilidade) e de Luiza Ribeiro (PPS). Segundo Romero a proposta é absurda e ditatorial. “Eu considero esse projeto extremamente radical e um retrocesso com as questões democráticas que nós vivemos, como educador eu persigo o objetivo de fazer com que a educação seja libertadora e transformadora, e para isso ela não pode separar os indivíduos da sua realidade e sim fazer com que eles se comuniquem com ela a ponto de transformá-la. Esse projeto absurdo está cerceando o professor do direito de educação, querendo transformar a sociedade em robôs que não pensam e interpretam. Esse projeto é fruto de interesses eleitorais, porém nós estamos na câmara para pensar na população e em políticas públicas que melhorem a sociedade”, disse Romero.

Segundo o projeto o professor da rede pública municipal “não poderá se aproveitar da audiência cativa dos alunos, com objetivo de granjeá-los para esta ou aquela corrente política, ideológica ou partidária”. Ele também proíbe o professor de fazer propagandas político-partidárias no âmbito escolar e nem estimular os alunos a participar de manifestações, deixando para o que os responsáveis pela criança façam isso. O projeto gerou polêmica nas redes sócias.