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Dourados registrou mais da metade das mortes de indígenas em MS

Dados divulgados pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário) colocam o Mato Grosso do Sul no topo dos Estados com maior número de assassinato de indígenas no ano passado. Dourados é a cidade campeã de casos, com 13, dos 23 registrados em território sul-mato-grossense. 

As informações constam no ‘Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados de 2017’, divulgado na quinta-feira, em Brasília (DF).

No mesmo levantamento, há informações conflitantes entre o Cimi e os números apresentados pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena). 

O primeiro apresenta 68 assassinatos em todo o país no ano passado, enquanto o segundo, 110, porém, esses não permitem análises mais profundas, principalmente sobre as vítimas, aponta o material.

Nos dados do Conselho Indigenista, a maioria das ocorrências de Mato Grosso do Sul aconteceu nas reservas de Dourados e Amambai e “foi motivada por brigas, sempre antecedidas pelo consumo de álcool”.

Ainda conforme o relatório, no Estado, a maioria dos casos envolvem pessoas com idade entre 10 e 30 anos. O material ainda faz um alerta em relação a situação local, alegando “confinamento” e situação de “absoluta desagregação”.  

“Há muitos anos indigenistas, antropólogos e profissionais da saúde veem alertando para os problemas decorrentes do confinamento populacional nas reservas de Dourados e Amambai, onde a situação é de absoluta desagregação. A concentração das famílias em pequenas porções de terras retira qualquer perspectiva de futuro dos indígenas, tendo em vista que para os Guarani-Kaiowá, por exemplo, a terra é a esperança de vida nova e vida boa. Sem ela as relações culturais, sociais, religiosas e interpessoais acabam sendo tensionadas”, relata trecho do texto.

Centenas de mortes

O relatório também traz dados de assassinato contra indígenas em Mato Grosso do Sul desde 2003. Nesse período, segundo o levantamento da Sesai, foram 461 casos entre 1.119, equivalente a 30,73% dos casos nacionais. 

O ano com a maior quantidade de homicídios no Estado é 2007, com 53, seguido por 2008 e 2014, com 42 e 41 casos de morte violenta.