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NOVA FROTA

Prefeitura entrega outros 35 ônibus; 55 novos já circulam pela Capital

Para ficar dentro do prazo Consórcio Guaicurus terá que renovar 55 ônibus ao ano, diz Agereg

Ônibus da primeira remessa entregues na Cidade do Natal em outubro - Tero Queiroz

A Prefeitura Municipal de Campo Grande entregou nessa segunda-feira (02) os outros 35 ônibus do transporte coletivo que faltavam ser entregues para completar a nova frota de 55 ônibus, sendo 15 micro-ônibus, que já circulam pela Capital. A prefeitura havia feito a entrega da primeira remessa em solenidade na terça-feira (22 de outubro), na ocasião, foram entregues 20 dos ônibus à frota do transporte coletivo, que se fez completa na tarde de ontem. 

Os 55 veículos repõem 47 vencidos, isso àqueles que já superaram a idade média de uso vigente em contrato entre a Prefeitura e a empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade, o Consórcio Guaicurus, que previa 5 anos para renovação da frota. A nova frota custou ao Consórcio R$ 16,5 milhões, R$ 300 mil cada. A concessionária é responsável pelo transporte na cidade há pelo menos 20 anos e para renovação venceu em 2012 licitação no valor de concessão de R$ 20 milhões, sendo R$ 8,75 milhões maior do que o disponibilizado pela paranaense Auto Viação Redentor, que ficou em segundo lugar. 

O prefeito Marquinhos Trad. Foto: Tero Queiroz.  

De acordo com o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), desde o início da sua gestão, em 2016, foram entregues 176 novos ônibus. A renovação prevista no contrato assinado com o Consórcio Guaicurus, em 2011, não estava acontecendo, o que levou a prefeitura a acionar a Justiça no início deste ano.

A troca se fez realidade em após a Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg) ameaçar o Consórcio com multa no valor de R$ 2,7 milhões, por conta de quebra de contrato, já que já havia alguns ônibus com o prazo máximo de cinco anos extrapolados, o que pedia renovação para oferecer conforto aos usuários. Após a notificação o Consórcio anunciou a renovação da frota. 

Para viabilizar o compra sem prejuízos à empresa, o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende disse que foi necessário abrir mão do ar-condicionado. “Fizemos investimento de R$ 16,5 milhões. Com ar, isso inviabilizaria a compra”, destacou o empresário.

O presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende. Foto: Tero Queiroz.  

De acordo com a Agereg, a frota total é de 500 ônibus em Campo Grande. Para ficar dentro do prazo de 5 anos o Consórcio terá que renovar 55 veículos por ano, e teria que desembolsar aproximados R$ 20 milhões. A empresa luta na justiça para tentar ampliar o prazo para sete anos. O consórcio afirma na ação judicial que está “no limite de suas forças, especialmente econômicas, enfrentando inúmeras dificuldades, oriundas especialmente de desajustes/fatos novos ocorridos após o contrato/não implementações de obrigações decorrentes da licitação pública/concorrência predatória”, detalha, a apuração feita pelo jornal Correio do Estado.

Ainda segundo o documento, caso a idade média da frota seja mantida em no máximo cinco anos, a empresa deve adquirir 70 ônibus em 2020. No pedido, o grupo quer a mudança para diminuir o impacto econômico negativo.

O que teme a população é que a nova frota traga aumento expressivo na tarifa do transporte. O prefeito explicou como será feita a conta para os valores em 2020. “A majoração da tarifa começará a ser avaliada pela Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos Delegados (Agereg) – leva em conta fatores que vão desde a reposição inflacionária, custo de insumos e reajuste de funcionários à questões técnicas, como o aumento da velocidade do serviço no perímetro”, destacou o Marquinhos.

TERMINAIS

Terminal do transporte coletivo em Campo Grande. Foto: PMCG. 

O prefeito ainda anunciou que serão iniciados agora, em dezembro, as reformas dos terminais. As obras começarão pelos terminais Júlio de Castilho e Bandeirantes e do Ponto de Integração Hércules Maymone, na Rua Joaquim Murtinho.

Ao todo estão sendo investidos R$ 5,5 milhões para reforma dos sete terminais da cidade. Os recursos, segundo Marquinhos, são da arrecadação com multas.

“Nesse período em que começamos a arrecadar as multas e as destinar para o fundo de reforma dos terminais, arrecadamos R$ 2,5 milhões”, destacou. 

Trad lembrou que as empresas do setor não teriam obrigação, por conta do contrato de concessão assinado antes de sua gestão, de integrar veículos climatizados para o serviço, como ele prometia ocorrer. “Eu prometi e estou cumprindo, sim. Estamos com 34 ônibus com ar-condicionado e climatizado. Vamos chegar lá. Eu tenho conversado com a concessionária e eles, por maior que seja a dificuldade que passam, e que compreendemos também, vem atendendo”, finalizou.