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FRACASSO

Petróleo a 'preço de banana', Pibinho e dólar a R$ 5, norteiam cenário econômico

Guedes na "corda bamba"; Bolsonaro assiste fracasso de sua gestão e seus eleitores atacam jornalista

O presidente Jair Bolsonaro. - Igo Estrela/Metrópoles

EDITORIAL - O preço do petróleo despencou 34% nessa segunda-feira (9). A queda é mais assustadora à economia brasileira desde 1991, ocasionada à época, pelos rastros da Guerra do Golfo. 

Tudo aponta a queda, o fracasso das negociações entre os Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia, na sexta-feira (6).

A crise iniciada pelo coronavírus, diminuiu a demanda internacional. O governo Putin não quis acordo, os sauditas responderam no domingo anunciando que venderão uma quantidade maior de petróleo no próximo mês, aumentando a oferta, fazendo cair o preço bruscamente com o objetivo de ampliar sua fatia no mercado internacional.

Nesta manhã as bolsas europeias abriram com forte queda. O índice FTSE-100, de Londres, perdeu 8,52% de seu valor. Frankfurt Dax, 7,5%, segundo G1.

O Brasil está em um ‘sinuca de bico’, já que o Pibinho (Produto Interno Bruto), se faz ainda mais dolorido com o dólar alto (*quase R$ 5), com isso, o futuro de Paulo Guedes como ministro passa a ser incerto. Conforme o Congresso em Foco, o Planalto estaria incomodado com a falta de resultados da pasta. E a disputa do governo com o Congresso promete deixar ainda mais difícil a aprovação das reformas administrativa e tributária, defendidas por Guedes como soluções.

Jair Bolsonaro encabeça um governo vergonhoso, e trava guerra com o Congresso, que prepara reação ao Executivo para depois das manifestações convocadas no dia 15 por Jair Bolsonaro. Segundo o Painel, o nível da resposta dependerá da adesão da população aos atos e da força política que Bolsonaro demonstrará. 

Bolsonaro tenta usar sua tropa, em pressão às votações nas suas propostas no legislativo. “Dia 15, agora, tem um movimento de rua espontâneo. E o político que tem medo de movimento de rua, não serve para ser político. Então, participem, não é um movimento contra o Congresso, contra o Judiciário. É um movimento pró-Brasil. É um movimento que quer mostrar para todos nós que quem dá norte para o Brasil é a população.”, disse o gestor. 

Segundo o jornalista, escritor brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras, Merval Pereira: “Bolsonaro lavou as mãos, dissociando-se da manifestação baseada do ‘foda-se’ o Congresso dito pelo General Augusto Heleno. Distorcendo o sentido original para ampliá-la em direção a uma improvisada advertência popular aos mandatários do país, inclusive ele próprio, Bolsonaro oficializa a manifestação e tira de seu apoio o caráter conspiratório. Ninguém faz marcha a favor de alguma coisa, mas contra. Marcha a favor do aborto é contra a legislação que o proíbe ou restringe. Marcha a favor do Governo é contra os que não o deixam atuar. E ao dizer que o presidente está encontrando resistências de grupos corruptos que combate, o General Heleno está endossando os manifestantes que acusam Congresso e Supremo de impedir o presidente de ir adiante. O presidente está criando um ambiente no país que obscurece sua incapacidade de gestão com a sombra de uma suposta manobra de ‘forças ocultas’ que o impedem de avançar. Já vimos esse filme antes, numa tentativa de golpe do então presidente Jânio Quadros. Mas Bolsonaro está tendo o cuidado de tentar criar um ambiente propício a um autogolpe, jogando seus seguidores — que hoje já não representam a maioria do povo brasileiro — contra as instituições que dão limites ao Executivo: imprensa independente, Legislativo e Judiciário. Haverá reações institucionais.”, observou o jornalista. 

Brutalmente atacada, de forma machista e pejorativa, pela tropa de internautas a favor de Bolsonaro, a jornalista que recebeu em 2019 o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa do Comitê para proteção de Jornalistas, e recebeu em 2016 o Troféu Mulher Imprensa, Patricia Campos Mello, fez uma dolorida reflexão sobre um país que se afunda, apoiado a falsa moralidade dos quais dizem proteger “a família”, mas atacam uma profissional da comunicação em um país machista chamado por eles, “Brazil”: “Quanto valerá uma foto em que uma mulher aparece pelada, de pernas abertas, em cima de uma pilha de notas de dólares, chamada de piranha? E outra em que essa mulher aparece com a frase: ‘Ofereço o cuzinho em troca de informação sobre o governo Bozo’? Peço desculpas pelas palavras grosseiras, mas estou apenas descrevendo alguns dos incontáveis memes que recebo todos os dias, compartilhados por milhares de pessoas. É o meu rosto e o meu nome que estão nesses memes. Muitas pessoas me perguntam quais as dificuldades que uma mulher jornalista enfrenta para cobrir guerras ao redor do mundo. Costumava responder que, na nossa profissão, ser mulher mais ajuda do que atrapalha. No Brasil, longe desses conflitos, ser mulher nos transforma em alvos. As agressões que sofremos têm sempre uma conotação preconceituosa: dizem que as jornalistas são feias, gordas, velhas ou prostitutas; expõem seus filhos, maridos ou pais. Não fui a primeira e não serei a última mulher a sofrer ataques misóginos simplesmente por fazer jornalismo no Brasil. Jornalista não é notícia. Queremos nos ater ao que é importante: apurar reportagens, investigar. As críticas são sempre bem-vindas. Mas que sejam críticas ao nosso trabalho, e não ataques sobre nossa aparência, nossas famílias, nem tentativas de nos expor ao escárnio nas redes sociais.”, expôs. 

*Com informação do Meio.