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Ministros do STF consideram que prisão de Queiroz acerta 'coração' do governo Bolsonaro

Apego de Jair Bolsonaro aos filhos, e a influência destes sobre ele, pode fazer com que o presidente, tenha reações que agravem mais ainda a crise

Reprodução/Divulgação

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) acreditam que a operação policial que prendeu Fabrício Queiroz na casa de um advogado da família Bolsonaro atingiu o coração do governo e pode ter consequências imprevisíveis. A informação é da jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo. 

Segundo informa a jornalista, um dos magistrados avalia que ela pode resultar até na cassação do senador Flávio Bolsonaro, caso fique configurada quebra de decoro parlamentar, por envolvimento em esquema de rachadinhas, ou tentativa de obstrução da Justiça.

O conhecido apego de Jair Bolsonaro aos filhos, e a influência destes sobre ele, pode fazer com que o presidente, por outro lado, tenha reações que agravem mais ainda a crise, na opinião de um ministro.

Bergamo também destaca que Bolsonaro tem feito falas dúbias em relação ao STF e ao Congresso e já participou de manifestações que pedem intervenção militar no país.

“Tem abuso acontecendo e conseguem acusar a mim, mas o importante é que as mídias sociais estão aí para mostrar a verdade. Brevemente tudo será resolvido”, disse Bolsonaro a apoiadores no fim da tarde desta quarta-feira em frente ao Palácio da Alvorada.

O presidente afirmou que a situação “vai chegar no limite”, sem especificar o que queria dizer com isso.

“É igual a uma emboscada. Tem que esperar o cara se aproximar: ‘vem mais, vem jogando ovo, pedra, chega mais, chega mais’. Falei hoje de manhã, não quero medir forças com ninguém, continua vindo”, disse ele.

A fala de Bolsonaro, transmitida pelas redes sociais por apoiadores, ocorreu pouco antes de ele participar do ato do arriamento da bandeira ao lado do comandante do Exército, Edson Leal Pujol.

Mais cedo, também a apoiadores, o presidente havia dito que há abusos do Supremo e que “está chegando a hora de colocar tudo em seu devido lugar”.

Na véspera, ao atender a pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro STF Alexandre de Moraes determinou a quebra de sigilos contra 11 parlamentares aliados do presidente na investigação que apura o financiamento de atos antidemocráticos que pedem o fechamento do Supremo e do Congresso Nacional.

Reportagem de Ricardo Brito - REUTERS. Com Brasil 247.