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QUEIMADAS

Fogo destrói Pantanal há uma semana e PMA diz que incêndios são criminosos

Qualidade do ar deve piorar em MS, favorecendo os impactos do coronavírus na Saúde

Incêndio de grandes proporções também foi registrado em um canavial em Costa Rica, caracterizado como criminoso - PMA, Corpo de Bombeiros e IHP

O Paraguai-Mirim, região do Pantanal de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, está sendo consumido pelo fogo há aproximadamente uma semana. A região sofre o período mais seco iniciado em julho. As queimadas lá devem impactar negativamente o ar em todo o estado, revela estudo climático divulgado nesta 3ª-feira (7.julho), pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec). Nesta manhã foi divulgado em matéria vinculada ao Portal do MS, alerta da Polícia Militar Ambiental (PMA). A PMA pede que as pessoas evitem uso do fogo, especialmente neste período de prolongada estiagem, e informa que quase 100% dos incêndios registrados e que causam transtornos ambientais e à saúde são de origem humana e criminosos.

A úmidade relativa do ar pode registrar mínimas de 20%, o que é considerado crítico por especialistas de saúde. A temperatura também deve ficar elevada, acima da média, isso é, podem registrar até 38°C, ou mais. Na avaliação da Defesa Civil, o quadro agrava também a situação de pandemia devido a redução da qualidade do ar.

“São indicadores que afetam diretamente a saúde da população, onde uma das consequências diretamente associada ao coronavírus é a questão respiratória, que piora devido à fumaça”, explicou o coronel Fábio Catarinelli, coordenador da Defesa Civil do Estado.

Neste período (1º de julho a 30 de setembro), os órgãos ambientais do Estado não expedem licenças para a queima controlada em Mato Grosso do Sul, estendendo-se até 31 de outubro no Pantanal. “Além disso – informa a PMA -, nenhum município autoriza realização de queima em perímetro urbano em qualquer período”.

Provocar incêndio em mata ou floresta pode gerar prisão em flagrante. A pena prevista é de dois a quatro anos de reclusão, além de o infrator ser autuado administrativamente e multado em R$ 1.000,00 por hectare ou fração, em área agropastoril ou vegetação não protegida por lei, e R$ 5.000,00 por hectare em vegetação protegida.

FOGO NO PANTANAL

Aceiro protegeu a escola. Foto - PMA, Corpo de Bombeiros e IHP

Um dos maiores municípios do país, com 65 mil quilômetros de extensão, dos quais 70% de Pantanal, Corumbá lidera o ranking (69,7%) dos focos de calor, com 165 ocorrências somente nas últimas 24 horas. De janeiro a junho, foram 15.097 focos na região, enquanto em todo o Estado, foram registrados 21.652.

Focos de calor na região pantaneira. Foto - PMA, Corpo de Bombeiros e IHP. 

Há uma semana ocorre um grande incêndio na região do Paraguai-Mirim (Norte de Corumbá), próximo ao Rio Paraguai, que teria destruído cerca de dez mil hectares no entorno da escola rural Jatobazinho, que atende crianças e jovens ribeirinhos no sistema de internato. Cinco bombeiros de Corumbá, seis brigadistas e funcionários da escola combatem o fogo.

Fogo se propaga com a força do vento na região do Paraguai-Mirim, Pantanal de Corumbá: mais de 10 mil hectares queimados. Foto - PMA, Corpo de Bombeiros e IHP.  

“A situação está sob controle no entorno da escola, que esteve ameaçada pelo fogo devido a rápida propagação causada pelo vento, mas as chamas avançam pela vegetação”, informou Ângelo Rabelo, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP). “A escola foi protegida por aceiros abertos com uso de tratores e esteiras”, completou.

EMPRESA MULTADA 

Enquanto na região de Corumbá a PMA iniciou investigações para apurar as causas da queimada, a corporação militar autuou, por meio de denúncias, uma usina sucroenergética no município de Costa Rica devido a um incêndio ocorrido em uma área plantada de cana-de-açúcar, às margens da MS-135, na última semana de junho.

“O fogo era tão intenso que chegou a atingir a área urbana da cidade”, informou a PMA, que multou a empresa em R$ 294 mil. O fogo se originou na lavoura, conforme levantamento de campo, e destruiu 294 hectares de canavial. Segundo a PMA, a empresa alegou que o incêndio foi criminoso, porém não apresentou provas, bem como comprovação de licença ambiental para a queima controlada, proibida no período.

Fonte: *Com texto de Sílvio de Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom).