24 de abril de 2024
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LUTO

"Escuta aqui, Marceline": ... calou-se o riso

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Baque e silêncio pela nação. O choque de quando a imagem imaculada, o ponto neutro de distração de todos, já não está mais ali, para chorar só nos desfechos e rir o resto do filme todo. Depois de tantos dedos apontados, depois de narizes afundados, o Brasil e o mundo vê um corpo de muitos seres se fechar. Graças à toda tecnologia, toda arte, todo registro que manterá o legado desse ser vivo e feliz, mas será um legado descontinuado, que tinha muito para crescer e foi interrompido. 

Quando chegasse à casa ao lado, quando chegasse ao vizinho, quando chegasse até a mãe, aí abririam os olhos. Mas quando chegou até o riso, até o fundo do peito, aí não tem coração que mantenha discurso. O ódio da doença é grande, para quem fica, que fica agora sem humor para tocar o dia. Novas piadas logo estão aí, novos nomes também vão despontar, mas esse a gente não recupera. 

"Diga o quanto você ama a quem você ama. Mas não fica só na declaração, gente. Ame na prática, na ação. Amar é ação. Amar é arte".

- GUSTAVO, Paulo (30/10/1978 * -  04/05/2021+