23 de abril de 2024
Campo Grande 21ºC

"BRUTALIDADE INCOMUN" | CAMPO GRANDE (MS)

Após tortura, casal foi esquartejado e os corpos carbonizados; 4 foram presos

O MPE denunciou os suspeitos em 15 de fevereiro deste ano; crime aconteceu em agosto de 2021

A- A+

Pedro Vilha Alta Torres, de 45 anos, e sua esposa, Priscila Gonçalves Alves, de 38 anos, foram vítimas de tortura e tiveram os corpos esquartejados e carbonizados. Os restos mortais deles foram encontrados em 16 de agosto de 2021, descartados às margens da BR-262, em Campo Grande (MS). Ao denunciar Ana Carla Pereira de Oliveira, de 31 anos, Grasieli Felix Ferreira, de 35 anos e Alexandre de Oliveira Gimenes, de 32 anos, e ainda, um adolescente de 17 anos, como autores dos crimes, o Ministério Público Estadual (MPE), observou o caso como "brutalidade incomum".

O MPE denunciou os suspeitos em 15 de fevereiro deste ano. Ana, Grasieli foram presas e o adolescente de 17 anos apreendido pelo crime em Ribas do Rio Pardo (MS).  

Segundo a polícia, vingança foi o motivo do assassinato, pois, as vítimas eram usuários de drogas e estavam sendo acusados de cometer furtos na região do Bairro Vivendas do Parque, onde moravam.

A ideia inicial dos envolvidos era matar e "picotar" o corpo dos dois e depois espalhar pela cidade, mas tudo isso daria muito trabalho, então, decidiram queimar as partes. O adolescente confessou a autoria e a motivação, mas disse que achava que só seria dada uma "lição" nas vítimas, mas ficou sabendo da morte depois, por meio da imprensa.  

O adolescente contou que foi até a casa onde ocorreu o crime. Segundo ele, apenas Pedro seria levado, mas como Priscila estava junto, também foi levada ao local. O rapaz contou para a polícia que Pedro implorou para não ser morto e Priscila foi espancada pelas duas mulheres até depois de não apresentar mais sinais de vida.

No entanto, o adolescente afirmou que foi embora nesse momento e não viu o que os outros suspeitos fizeram com as vítimas.

Para o Ministério Público, os acusados agiram "causando sofrimento desnecessário e uma brutalidade incomum" com as vítimas. Ana, Grasieli e Alexandre estão presos e foram denunciados pelo crime.

INVESTIGAÇÃO

A Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio ( DEH), conseguiu traçar os últimos passos de Pedro através da tornozeleira eletrônica que usava, já que respondia por vários crimes.

Com isso, a polícia chegou até mãe e filho, que foram presos após a polícia encontrar ameaças contra as vítimas em áudios enviados por celular. No entanto, foram libertados após a DEH confirmar que eles não tinham envolvimento com o crime.

A investigação continuou até a DEH chegar a Ana Carla, Gisele, Alexandre e o adolescente. Alexandre nega o crime, mas o menor confirmou que todos tiveram envolvimento na morte do casal, o que também foi comprovado durante a investigação.

O CASAL

Pedro e Priscila estavam juntos há 12 anos. Se casaram escondidos e tiveram duas filhas. Conforme apurado pela reportagem, o relacionamento foi marcado pelo vício em drogas e por prisões do homem.

*A reportagem é do Campo Grande News