25 de abril de 2024
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NACIONAL | CALDAS NOVAS (GO)

Edvaldo passa 14 dias preso "por engano"

Provar sua inocência foi muito difícil

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O auxiliar de serviços gerais Edvaldo Andrade Santos, de 48 anos, ficou preso 14 dias "por engano" em Caldas Novas (GO), por suposto crime que ele teria cometido na Bahia. Ele, no entanto, acabou solto na última sexta-feita (21.jan.22), após a polícia, finalmente, aceitar que haviam capturado o suspeito errado. 

Na saída do presídio, em um emocionante reencontro com sua família, Edvaldo desabafou que ficar preso foi uma experiência muito difícil, sobretudo porque ele é inocente do crime pelo qual estava cumprindo a pena. O trabalhador afirmou que provar sua inocência foi muito difícil.

Segundo o advogado da família, Adoelton Lima, o auxiliar ficou preso no período entre o dia 7 a 21 de janeiro. A investigação e o mandado de prisão foi expedido na cidade de Ruy Barbosa, no estado da Bahia, onde as investigações se iniciaram. O crime atribuído a Edvaldo teria ocorrido na cidade entre os meses de fevereiro de julho e 2021.

Adoelton afirmou que, na investigação, sempre era mencionado um apelido que seria do irmão de Edvaldo, com quem ele não tem contato há uma década. O advogado ainda diz que não sabe exatamente como o nome de Edvaldo foi associado ao crime cometido em Ruy Barbosa.

O auxiliar tem familiares em São Paulo e na Bahia, mas reside em Caldas Novas há sete anos. Edvaldo não tem contato com os parentes que vivem em outros estados há vários anos.

Documentos juntados pela defesa provaram ao Judiciário que Edvaldo estava trabalhando regularmente, sem faltas, em um condomínio localizado no município.

O advogado ainda comprovou participação de atividades religiosas do trabalhador em uma igreja, também em Caldas Novas.

A esposa dele, Isabel Francisca de Lima Santos, se disse angustiada com a situação. "Está sendo muito difícil. Estamos correndo contra o tempo atrás de provas para mostrar que não é ele o procurado e tirar ele da cadeia. Os dias estão se passando e ele está lá, pagando por uma coisa que ele não deve”, disse.

SOLTURA PROVISÓRIA 

Mesmo com a inocência comprovada, a Justiça concedeu um soltura em caráter provisório.

A liberdade dada a Edvaldo não é total, cabendo a ele cumprir, ainda, algumas medidas cautelares, como não entrar em contato com investigados, não falar com os familiares que moram em São Paulo e manter endereço atualizado na Justiça.

Para o advogado, trata-se de uma decisão arbitrária e abusiva. “Ele está solto, é inocente, mas ainda terá de cumprir regras e sendo processado”, comentou o advogado.  

A juíza que concedeu a soltura pediu, ainda, pela retomada das investigações sobre o caso, já que houve o engano e culminou na prisão de uma pessoa que não teria cometido os crimes