28 de março de 2024
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LIMPURB

Ex-diretora de empresa de limpeza desvia R$ 30 mil para pagar dívida da irmã em loja de roupas

Grupo é suspeito de desviar R$ 1,4 milhão da Limpurb

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A utilização de dinheiro público da Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb) para pagar uma conta de R$ 30 mil numa loja de roupas foi um dos fatos que deram início a uma auditoria determinada pela antiga Secretaria de Serviços Urbanos de Cuiabá na qual foi constatado um desvio de R$ 1,4 milhão. O resultado prático até o momento foi a deflagração da Operação Chave de Ouro, que resultou na prisão da ex-diretora financeira da Limpurb, Patrícia Alves de Oliveira Navarros, responsável por quitar a conta de uma irmã dela com dinheiro público.

Patrícia foi presa na manhã da última terça-feira (23) em Florianópolis (SC). Outro alvo da operação foi o ex-diretor geral da Limpurb, Juilson Aguiar Albuquerque, que sofreu busca e apreensão em sua residência, na Capital.

Conforme as investigações, a então diretora financeira e o diretor-geral da Limpurb usaram códigos de acessos chamados de chab para efetuar pagamentos e desviar os recursos da empresa. Transferências de até R$ 700 mil foram feitas para contas de laranjas como da mãe da diretora e até de uma prima.

Os investigadores estimam que entre 2016 e 2020 o desvio atingiu a cifra de R$ 1,4 milhão. Segundo as investigações conduzidas pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), da Polícia Civil, a então diretora financeira da empresa pública, Patrícia Navarros, ao descobrir que uma irmã estava devendo R$ 30 mil para uma loja de roupas e seria acionada na Justiça para quitar a dívida correndo risco de sofrer bloqueio de contas e bens, foi lá e quitou a dívida na loja usando o dinheiro da empresa pública.

No caso do ex-diretor geral, Juilson Aguiar, a senha dele foi utilizada em transações ilegais para desvio de valores, mas ainda não se sabe se ele tinha conhecimento e participou ou não das fraudes. Por isso, as investigações continuam e vão apurar essa hipótese para confirmar ou descartar o envolvimento direto do ex-diretor geral.

Computadores e documentos apreendidos em sua residência vão auxiliar os investigadores. Na época dos fatos, a Limpurb era vinculada à Secretaria de Serviços Urbanos que era comanda por José Roberto Stopa, hoje vice-prefeito de Cuiabá.

Stopa foi responsável por determinar a auditoria mediante suspeitas de desvio de dinheiro público e a exoneração de Patrícia e Juilson. A denúncia foi encaminhada Deccor e três meses depois terminou na prisão de Patrícia em Florianópolis.

Em Cuiabá, os policiais apreenderam computadores na casa do ex-diretor-geral da Limpurb. As investigações são conduzidas pelo delegado Cláudio Alvares e existe a suspeita de que o valor desviado possa ser acima da quantia já identificada pelos investigadores.

A possível participação de outras pessoas nos crimes também é apurada. Agora, a Polícia Civil avança com os trabalhos investigativos para identificar se Patrícia agiu sozinha ou se o diretor Juilson também fez parte do esquema cedendo a chave que deu origem ao nome da operação.

Em nota, a Prefeitura de Cuiabá informou no dia da operação que não compactua com tais irregularidades e, por isso, a denúncia partiu da própria Prefeitura direcionada à PJC e ao Ministério Público Estadual (MPE).  "Na época, o Município observou a suspeita de transações financeiras ilegais, a partir de um trabalho de auditoria feito pela Controladoria Geral do Município (CGM) e pela Limpurb", diz trecho do comunicado.