25 de abril de 2024
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Presidente da Adepol é suspeito de participação em esquema de caça-níqueis

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Uma denúncia mostrada ontem no Fantástico, referente a uma rede de caça-níqueis, apontou como um dos envolvidos o atual presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Mato Grosso do Sul), Marcelo Vargas, como o responsável pelo negócio em Mato Grosso do Sul.

Clayton Batista, dono de centenas de máquinas caça-níqueis, procurou um delegado no município de Araçatuba (SP), para montar um esquema com 500 máquinas caça-níqueis, pagando o valor de R$ 50 mil de propina por mês para a Polícia Civil.

O delegado procurou o Ministério Público, e com a autorização, começou a gravar todos os encontros com Clayton. Sem saber que era filmado, o homem deletou os esquemas em alguns estados, inclusive MS.

Em meio a uma das conversas, Clayton garantiu ter contatos com a Polícia Civil do Estado, onde tem 80 caça-níqueis.

Delegado: Como é que é o esquema lá em Campo Grande?

Clayton: Lá é com o diretor.

Delegado: Lá ele segura as broncas?

Clayton: Lá ele segura.

Em outro encontro, um mês depois, ele diz que conhece um delegado que já ocupou um cargo de direção.

Clayton: Se precisar que te apresente o homem lá, você me dá um toque, viu. Precisa de alguma coisa de lá? Lá de Campo Grande, se precisar de alguma coisa.

Delegado: Qual o nome dele? Será que eu conheço?

Clayton: Marcelo Vargas.

Delegado: Marcelo Vargas.

Clayton: Ele é firmeza.

No ano de 2013, Vargas  pediu licença do cargo da Polícia Civil para assumir a presidência da Associação dos Delegados de Mato Grosso do Sul.

As investigações da Polícia de Civil de São Paulo duraram quatro meses. Clayton, com os escontros, começou a confiar no delegado e passar informações. Dessa maneira pode ser identificado locais onde ele mantinha as suas máquinas, inclusive foi possível identificar quem eram os fornecedores desses equipamentos. Foram nove encontros, seis pagamentos de propina: tudo registrado por três câmeras instaladas em um dos setores de inteligência da Polícia Civil de São Paulo.

Em resposta, de acordo com a reportagem, a secretaria de justiça do Estado disse que desconhece as acusações que envolvem um diretor de polícia de Campo Grande e que vai tomar providências.

Todos os indicados durante a entrevista estão sendo investigados e devem responder pelo crime, inclusive Marcelo Vargas, caso seja comprovado seu envolvimento.

Clayton Batista foi preso em flagrante e deve responder pelo crime de corrupção ativa. A pena pode chegar a 12 anos.

Tayná Biazus