19 de abril de 2024
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Maria da Penha

Só 1% dos agressores de mulheres ficam presos na Capital

Em centenas de acusações, apenas 5 homens permanecem atrás das grades

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Apesar dos avanços nas políticas de enfrentamento à violência contra a mulher, a partir da Lei Maria da Penha, é assustadora a diferença entre o número de homens que são detidos e os que permanecem presos por esse tipo de crime, em Campo Grande.

Somente no primeiro semestre do ano, a 1ª Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) prendeu 363, entre os quais, 213 em flagrante e 150 por mandados.

Entretanto, de acordo com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), só cinco deles, ou seja, 1,3% do total, conti­nuam atrás das grades. Outros 77 agressores cumprem pena monitorados por tornozeleiras eletrônicas. 

Os números são reflexo das premissas do Código Penal e não remetem à impunidade, afirma Ariene Murad, delegada titular da 1ª Deam.

Porém, tal discrepância fica maior se considerados outros atendimentos feitos pela delegacia no mesmo período. De janeiro a junho, foram instaurados 3.471 inquéritos e 3.597 relatados ao Judiciário, com uma média superior a 600 boletins de ocorrência registrados por mês.

Ao todo, são 1.870 denúncias de crimes contra a honra (injúria, calúnia e difamação), 1.952 por ameaça, 854 por vias de fato e 772 por lesão corporal.