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ELEIÇÕES OAB/MS

Vice-Presidente da OAB desmente Mansour e confirma que montou chapa 'vazia'

Padrinho de Bito Pereira, Mansour Elias Karmouche é desmentido pelo vice que rompeu com a atual gestão por ver subserviência da OAB/MS

Imagens lado a lado - Bito Pereira e Mansour ao fundo (D). O advogado Gervásio Alves de Oliveira Júnior, ex-integrante da gestão de Mansour. Fotos: Redes sociais

O Vice-Presidente Gervásio Alves de Oliveira Júnior, integrante da gestão de Mansour Elias Karmouche até o final dessa gestão, concedeu entrevista na manhã deste sábado (6.nov.21) à rádio Difusora Pantanal 101,9 reafirmando sua ruptura política com a atual gestão. "Muito embora em princípio tenha acreditado na candidatura apoiada pelo atual Presidente, eu sempre soube que o candidato não tinha experiência em atender a advocacia e precisaria ter montado um conselho experiente, e não de grupos ou compadrios, que foi o que terminou acontecendo", disse ele. 

O grupo de Mansour tenta emplacar o nome de Luís Cláudio Alves Pereira, o Bitto, para chefiar a Ordem em MS. Esse personagem seria um candidato de situação já que integra a atual presidência da Ordem. A disputa está agendada para o próximo dia 19 de novembro, das 9h às 17h. 

Há 2 semanas, Gervásio, tido como um advogado de integridade ímpar, rompeu com o grupo Karmouche e retirou seu apoio à eleição de Bito, segundo ele, a justificativa era que a Ordem estaria sendo subserviente. "Eu quero agradecer a oportunidade em ocupar o cargo de vice-presidente em nosso estado... A relação com os poderes públicos evoluiu de início. Na primeira gestão alteramos com toda diretoria, o modo de convivência para uma discussão mais elevada e não subserviente. Comodismos  houveram depois, reduzindo a capacidade de reivindicação, argumentação, discussão e enfrentamento. Por isso, desde o início, propusemos contribuir para a sucessão de 2021, desde que atendidas algumas premissas. Dentre as quais a retomada do eixo independente da Ordem. Atravéz de nomes que espelhassem tal objetivo, plano de atuação que resgatasse os ideais de outrora. Porém, ao fim e ao cabo dessas tratativas, o desrespeito a palavra, reduzindo as conversas mais uma vez ao ativismo institucional. Foram reduzidas a nada. Afastando o que se prega, do que realmente se pratica. Reafirmo ter valores companheiros e amigos nessa empreitada. Mas com a vênia deles (...)". Veja a íntegra do vídeo abaixo - rola para a direita para ver todo o pronunciamento de Gervásio: 

Para tentar a eleição de Bito, conforme apurado pelo MS Notícias, Karmouche investiu pesado em publicidade. O presidente gastou R$ 1,2 milhão em propaganda e publicidade em apenas seis meses. De acordo com advogados ouvidos pelo Portal, o dirigente pode ser interpelado por improbidade administrativa, já que descumpre norma da própria entidade, que havia se comprometido com a redução de gastos com o segmento.

Conforme a Portaria 023-2019, da Ordem, Karmouche deveria racionalizar os gastos com publicidade e propaganda, a fim de manter o equilíbrio financeiro da Casa. (Veja o documento completo abaixo):

Porém as despesas com propaganda, na verdade, aumentaram. O total gasto até junho de 2021 foi de R$ 1.297.729,08. Esse valor corresponde a 1.300 anuidades pagas pelos advogados à Ordem. 1º trimestre -  (CLIQUE). 2°trimestre de 2021 - (CLIQUE).  

"Mansour pode ter cometido improbidade administrativa, já que ignorou a Portaria da Ordem para preservar o equilíbrio financeiro da instituição. O documento, inclusive, leva sua própria assinatura", dizem os advogados que começam a avaliar outros nomes, exceto aquele apoiado por Karmouche para a administração futura da OAB-MS.  

Seria devido a essas razões, que Gervasio anunciou sua ruptura com o grupo político do atual Presidente. O ex-aliado disse que enxerga na chapa rival, composta por Rachel Magrini e André Xavier, "a união de grupos, a experiência e a capacidade necessárias para oxigenar a OAB e impedir que ela fique restrita a um pequeno grupo de pessoas, ou sob a influência política do governo". 

Gervásio ainda respondeu para nossa reportagem acerca da polêmica do gasto de mais de 1,2 milhão de reais com publicidade em um curto período de tempo em meio a pandemia.  

Apesar disso, disse que de fato, os altos gastos manejados exclusivamente pelo Presidente com a empresa de comunicação que presta serviços à OAB, são injustificáveis, sobretudo em meio ao ambiente conturbado porque tem passado nossa sociedade por conta da pandemia, e a advocacia tem passado por muita necessidade para que se gastem com isso ainda mais com blogs e assemelhados, e quando essas informações poderiam ser repassadas com menores custos aos Advogados, quando se tem e-mail ou whatsapp, por exemplo.

Gervasio ainda desmente a informação de que gestões anteriores da OAB teriam gastos maiores com publicidade. “Essa afirmação não é justa com as gestões anteriores em primeiro lugar pelo momento conturbado que passamos devido a pandemia e que exigia corte de gastos como a própria portaria assinada pelo presidente exigia, em segundo lugar porque gestões anteriores da Ordem tinham gastos enormes com correio, enviando malas diretas de documentos, boletos e ofícios. Finalmente é injusto a sistemática de comparação de números porque se está atualizando gastos das gestões anteriores com IGPM que está altíssimo e nem mesmo os Tribunais Superiores estão autorizando o uso desse índice para reajuste financeiro", comentou.