MS Notícias

FARSA DA EXTREMA DIREITA

Hugo Motta desmente bolsonaristas sobre acordo por anistia a golpistas

Ao sequestrar a Mesa Diretora, os extremistas de direita ignoraram o regimento e agiram como se o Parlamento fosse um braço do Telegram bolsonarista.

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (REPUBLICANOS - PB). Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), desmentiu os bolsonaristas nesta 5ª feira (7.ago.25) ao negar qualquer acordo para pautar a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro.

“A presidência da Câmara é inegociável”, afirmou aos jornalistas, rechaçando a versão vendida pela extrema direita após o tumulto no plenário.

Segundo Motta, “as matérias que estão saindo sobre a negociação [...] não estão vinculadas a nenhuma pauta”.

O recado foi claro: não houve troca de favores para libertar golpistas ou avançar projetos sob chantagem.

Mesmo assim, o presidente afirmou que tomará providências “até o final do dia” sobre a suspensão de mandatos dos envolvidos na ocupação da Mesa Diretora.

Na 3ª feira (5.ago.25), deputados do PL e aliados sequestraram a Câmara, exigindo a pauta da anistia e o fim do foro privilegiado, para salvar Jair Bolsonaro da cadeia que ele puxará devido a condenação para liderar um plano golpista em janeiro de 2025, que previa assassinatos do presidente Lula, do vice, Geraldo Alkimin, além de assassinato de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao sequestrar a Mesa Diretora, os extremistas de direita ignoraram o regimento e agiram como se o Parlamento fosse um braço do Telegram bolsonarista.

A oposição dizia que só sairia com a promessa de votação dos projetos — e correu para vender isso como vitória.

Motta, porém, confirmou apenas que não impediria a votação caso houvesse maioria de líderes — o que é bem diferente de se comprometer com a pauta.

A farsa caiu, mas o estrago ficou: a base do governo avalia que o presidente saiu “fragilizado” do episódio.

Motta só conseguiu assumir a cadeira da presidência às 22h21, mais de uma hora e meia após o horário previsto.

Mesmo com a presença da Polícia Legislativa, os bolsonaristas resistiram em desocupar os assentos.

O presidente precisou da ajuda de Arthur Lira, seu antecessor, para negociar a saída dos parlamentares radicais.

O episódio expôs a fraqueza de Motta e a disposição da extrema-direita em transformar o Legislativo num palco dos anseios golpistas estimulados pelo clã Bolsonaro.