MS Notícias

EXTREMA DIREITA

Entenda como será o julgamento de Bolsonaro e 7 dos seus aliados golpistas

As acusações incluem tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada

Jair Bolsonaro em julgamento da denúncia do núcleo 1 da Pet 12.100. Foto: Antonio Augusto/STF

A 1ª Turma do STF começa na 3ª feira (2.set.2025) o julgamento de Jair Bolsonaro e mais 7 réus.

Além de Bolsonaro, são julgados:

  1. Alexandre Ramagem (ex-chefe da PF);
  2. Almir Garnier Santos (ex-comando da Marinha); 
  3. Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e Segurança Pública);
  4. Augusto Heleno (ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional); 
  5. Mauro Cid (delator, ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro); 
  6. Braga Netto (ex-vice-presidente da República); e, 
  7. Paulo Sergio Nogueira (ex-ministro da Defesa). 

Eles são acusados de integrar o núcleo central da tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022.

O relator é o ministro Alexandre de Moraes; a condução será feita por Cristiano Zanin.

As sessões ocorrerão em datas e horários extraordinários ao longo de setembro.

Estão previstas reuniões em 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, em dois turnos.

Os réus respondem a cinco crimes, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República.

As acusações incluem tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada.

Também estão na denúncia os crimes de abolição violenta do Estado de Direito, dano qualificado e dano ao patrimônio tombado.

Os acusados são ex-membros do alto escalão do governo federal. Entre eles, militares da reserva, ex-ministros e ex-assessores diretos do ex-presidente.

O deputado Alexandre Ramagem tem parte das acusações suspensas devido à sua imunidade parlamentar.

O julgamento começará com a leitura do relatório por Alexandre de Moraes.

Em seguida, o procurador-geral Paulo Gonet terá até duas horas para apresentar a acusação.

Cada defesa terá até uma hora para se manifestar.

A votação ocorrerá logo após as sustentações orais.

Votarão, na ordem: Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Zanin.

A decisão será tomada por maioria simples, com ao menos três votos.

Se houver condenações, as penas serão definidas individualmente para cada réu.

O julgamento é inédito: nunca um ex-presidente foi julgado por tentativa de golpe no STF.

O caso movimenta uma estrutura especial, com cerca de 80 terabytes de provas analisadas.

A segurança no entorno da Corte foi reforçada.

A expectativa é de maioria pela condenação.

A principal dúvida recai sobre a dosimetria das penas e possíveis benefícios legais.

Entre os ministros, Fux é visto como o único possível voto dissidente.

Mesmo assim, não há sinal claro de que apresentará resistência ao andamento.

Um eventual pedido de vista pode adiar a conclusão do caso para o fim de 2025.

Esse instrumento, apesar de limitado por prazo legal, já foi usado para postergar julgamentos importantes.

A análise do caso Bolsonaro pode marcar um novo capítulo jurídico e político no país.