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NÚCLEO CRUCIAL

"Se o Bolsonaro precisar que eu leve cigarro para ele, conte comigo", diz Demóstenes Torres no STF

Demóstenes compareceu na condição de advogado de defesa do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha

Desmóstenes Torres promete levar cigarro para Bolsonaro em qualquer lugar. (Foto: Reprodução/TV Justiça)

Durante sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta 3ª feira (2.set.25), o advogado e ex-senador Demóstenes Torres surpreendeu ao declarar publicamente sua admiração simultânea por Jair Bolsonaro e pelo ministro relator Alexandre de Moraes. Atuando como defensor do almirante Almir Garnier Santos no julgamento do "Núcleo Crucial" do Processo, que investiga tentativa de Golpe de Estado no Brasil, Torres afirmou:

“Se o Bolsonaro precisar que eu leve cigarro para ele, conte comigo.”

A frase, em tom coloquial, foi dita para reforçar seu afeto pessoal pelo ex-presidente, sugerindo indiretamente que, mesmo em eventual prisão, Bolsonaro contaria com sua solidariedade.

Torres, que também é ex-promotor de Justiça e ex-secretário de Segurança Pública, completou:

“Devo ser a única pessoa que gosta de Bolsonaro e gosta de Alexandre de Moraes.”

A declaração foi feita diante da Primeira Turma do STF.

DEFESA DO ALMIRANTE

Demóstenes compareceu ao Supremo na condição de advogado de defesa do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, um dos réus investigados por suposta participação em articulações antidemocráticas. A sustentação de Torres foi marcada por um tom pessoal e politizado. 

Ele alegou que a delação de Mauro Cid deve ser rescindida. E também mencionou que pegou uma "tosse de cachorro" em Brasília, ao voltar do exterior.  

TRAJETÓRIA DO DEFENSOR DE GARNIER

A relação de Demóstenes Torres com figuras públicas controversas não é nova. Cassado pelo Senado em 11 de julho de 2012 por envolvimento no escândalo que ligava o bicheiro Carlos Cachoeira a políticos e empresários, o ex-parlamentar teve seu processo posteriormente anulado pelo próprio STF. Com isso, poderá voltar a disputar eleições a partir de 2028.

Desde 2019, ele atua à frente de um escritório de advocacia em Goiás, com cerca de 20 profissionais. Antes de sua queda, Demóstenes chegou a ser tratado como símbolo de moralidade na política, sendo apelidado de “mosqueteiro da ética” após reportagem da Veja, há quase duas décadas.

PRÓXIMOS PASSOS 

A Primeira Turma do STF ainda analisa as ações penais relacionadas ao núcleo militar investigado por envolvimento em suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022.