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VEREADOR DA CAPITAL

Vereador bolsonarista quer exame toxicológico obrigatório aos professores

"Tem que fazer exame nele", diz Jaime Teixeira, presidente da Fetems

Esse é Jaime Teixeira. Foto: Reprodução

Vereador, Tiago Vargas (PSD), inclinado as ideologias de Jair Bolsonaro (sem partido), propôs um projeto que visa obrigar profissionais da educação (os professores) que integrem o quadro de funcionários da Rede Municipal de Ensino (Reme), de Campo Grande, a passarem por exames toxicológicos.

“Tinha que fazer um exame nele, para ver se ele está normal”, criticou o presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Professor Jaime Teixeira, ao ser procurado pelo MS Notícias.

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O Projeto de Lei (PL) em questão, número 10.335/21, foi apresentado no plenário da Casa de Leis em 19 de outubro. Apesar disso, não está disponível para apreciação da imprensa. A reportagem ligou no telefone pessoal de Tiago, mas ele não atendeu. Em seu gabinete, a secretária disse que os responsáveis pela apresentação do projeto não estavam. “Eles estão em visita ao Lar do Idoso, acompanhando o Tiago”, explicou.

Esse é o vereador Tiago Vargas. Foto: Reprodução 

Sem acesso a íntegra, com base apenas na fala do vereador, o projeto em questão teria o objetivo de detectar os profissionais, que porventura estivessem fazendo uso de drogas ilícitas. De acordo com o vereador, depois de identificados os "usuários", a Leia ofereceria tratamento individual ao profissional e então, posteriormente, devolveria o educador curado para sua família. “Agora, não podemos achar normal que profissionais da educação, que lidam todos os dias com as nossas crianças, sejam viciados”, argumentou.

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Para Teixeira, Tiago é parte de um grupo bolsonarista, de extrema Direita, que beira o fascismo. “Desde 2010 eles vem fazendo debates conservadores. Eles são contra tudo que há de social. Escola, por exemplo, deveria estudar as tendências sociais, mas eles são contra a discussão de gênero, de raça, de política, que fazem parte da história humana e da nossa evolução, na visão deles, isso não é o papel da escola”, analisou o professor. 

Ainda segundo Teixeira, a ausência de boas proposituras estaria levando esses grupos a fazerem papéis, sem que eles nem mesmo saibam defender suas propostas. “Eles continuam a criar situações. Incabível, inoportuno. Nem ele mesmo sabe defender isso, é um despreparado. É uma pena gastar dinheiro público com o salário de alguém assim”, comentou. 

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A assessoria de Tiago publicou texto jornalístico no portal da Câmara em que diz que a proposta não prevê demissão imediata do professor que pudesse ter resultado positivo no aventado exame. “Sendo que, primeiramente, deverá ser aplicada uma sanção que é diferente da demissão, garantindo ao servidor o devido tratamento para combater esse hábito ou vício, que tanto mal causa para a saúde do usuário e para o processo educacional”, diz o texto. 

O MS Notícias ofereceu o contatoade Tiago, para que ele nos encaminhe o projeto na íntegra para análise.