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IMUNIZAÇÃO | NOVO GRUPO

Reunião sobre liberação da Coronavac para criança e adolescente é cancelada

Butantan e Anvisa seguem com "jogo de empurra-empurra" e assunto não tem data para sair do papel

Vacinação é discutida em subgrupos de faixas etárias, para crianças de 3 a 5 anos, de 6 a 11, e de 12 a 17 - (FioCruz)

Marcada para às 11h desta 6ª feira (19.nov.2021), a reunião entre o  Instituto Butantan e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para tratar da liberação da Coronavac para crianças e adolescentes foi cancelada. 

Extraoficialmente, o Butantan aponta que a Anvisa está adiando a aprovação, sempre solicitando novas informações, e que, por isso, têm sido improdutivos os encontros com a agência a fim de se chegar a um acordo sobre a documentação necessária para a autorização da vacina no público de 3 a 17 anos, segundo informações da Folhapress. 

Com isso, a ideia é deixar de lado a estratégia de discutir previamente, até que uma nova solicitação formal seja apresentada, o que ainda não tem data prevista para acontecer. 

Conforme assessoria do Instituto, a reunião de hoje (19.nov), foi cancelada "por problemas de agenda dos participantes".

Do outro lado, a Anvisa aponta que não recebeu até então informações suficientes para que sejam atestadas a segurança e a eficiência da Coronavac nessa faixa etária. Ainda sustenta a versão de que o único pedido feito por parte do Butantan chegou à Agência em 30 de julho e foi negado em 18 de agosto. 

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Para a negativa, afirmou à época, que a mostra do estudo apresentado, com 586 participantes, era insuficiente e que não havia informações de resultados em cada um dos subgrupos de faixas etárias (de 3 a 5 anos, de 6 a 11, e de 12 a 17).

Ainda, em reunião que aconteceu no último dia 05, o Butantan apresentou resultados de estudos do laboratório chinês Sinovac, que desenvolveu a Coronavac, mas a Anvisa considerou as informações pouco sólidas para a liberação. 

Diante disso foi solicitado que que fossem mostrados dados do último estágio das pesquisas, a chamada fase 3, que vem antes que se obtenha o registro oficial na agência de vigilância

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Desde então, ainda que o Butantan evite falar oficialmente sobre o tema, defende que as informações já são suficientes, mas que a Anvisa prefere adiar a aprovação. 

Na semana passada, Dimas Tadeu Covas, presidente do instituto, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que os resultados de estudos já entregues - e a aplicação em crianças e adolescentes em países como Chile, Equador e China - evidenciam a segurança e a eficácia da vacina.

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"Não há mais razão para prorrogar essa decisão no Brasil", disse ele na oportunidade. 

Essa intenção de procrastinar é negada pela Agência. Por sua vez, ela aponta que o Butantan não apresentou formalmente novo pedido de aprovação desde o que foi rejeitado por falta de dados, e que, na reunião do dia 5, houve apenas uma "pré-submissão, com uma breve descrição de dados", que foram considerados ainda insuficientes para a liberação.

Meiruze Freitas é diretora da Anvisa, ela afirmou que a vacina "tem contribuído para a diminuição dos danos da pandemia, favorecendo a redução significativa da hospitalização e dos óbitos da população imunizada". 

** (Com informações da Agência Folhapress)