Jair Bolsonaro (sem partido) disse em transmissão ao vivo por uma rede social nesta quinta-feira (21.out.21) que pagará auxílio de R$ 400 para 750 mil caminhoneiros em razão da alta do preço do diesel. O presidente, porém, não disse de onde sairá o recurso que por cima dará em torno de R$ 300 milhões por remessa.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o menor preço médio do litro do diesel é R$ 4,823 (Rio Grande do Sul) e o maior, R$ 6,208 (Acre). Com isso, um caminhoneiro que encher um tanque de R$ 400 litros, por exemplo, no Rio Grande do Sul pagará em média R$ 1.929,20 e no Acre, R$ 2.483,20.
Os caminhoneiros autônomos estão com paralisação geral programada para ocorrer no próximo dia 1º de novembro, em todo o Brasil. “O caminhoneiro não quer esmola, quer dignidade. Para as petroleiras (dão) um trilhão, para o caminhoneiro humilhação”, afirmou ao jornal Estadão Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), confirmando que a greve em 1º de novembro está de pé.
Sobre o "auxílio Diesel", Bolsonaro não comentou quando o benefício viria a ser pago, caso saísse da promessa. À noite, na "live" pela internet, informou o valor, que, em 12 meses, somará R$ 3,6 bilhões.
A promessa do presidente ocorre no mesmo dia em que perdeu 4 membros da equipe econômica que não concordaram em furar o teto de gastos para viabilizar o Auxílio Brasil, anunciado, para contemplar com também R$ 400 quase 17 milhões de brasileiros, mas também ainda não tem fundo, isso é, de onde sairá a verba para custear o programa.
Sairam do governo personagens que comandavam a área fiscal do ministério, ou seja, os setores diretamente relacionados com os gastos públicos. Pediram demissão dos cargos:
- o secretário de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal;
- o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt;
- a secretária-especial-adjunta de Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas;
- e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.
Pouco depois, Bolsonaro teve a baixa do secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Coelho, que também pediu demissão do cargo, diante do quadro econômico no qual o Brasil se encontra.
O desembarque dos membros aconteceram após a manobra liderada pelo Centrão para abrir espaço no teto de gastos em 2022, ano de eleições gerais. O governo pretende gastar cerca de R$ 40 bilhões fora da regra de austeridade para bancar benefícios temporário de R$ 400 mensais. Os aliados e Bolsonaro dizem que as medidas não tem cunho eleitoreiro, apesar de estarem sendo adotadas em ano de eleição.
Apesar de toda a movimentação política de aliados do Centrão estar preparando o terreno para o estouro do teto na casa dos 40 milhões, Bolsonaro segue afirmando que não haverá furo.