29 de março de 2024
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NOVOS GRUPOS | COVID-19

Vacina da Pfizer contempla adolescentes e estuda trazer imunização para crianças

Única com autorização em território nacional, imunizante estuda 4,6 mil crianças nos EUA, com idades a patir de 6 meses

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Com a vacinação em Campo Grande decrescendo em faixas etárias - aplicando hoje (10.ago.2021) doses em pessoas a partir dos 18 anos  (além de adolescentes com comorbidades) - vem a pergunta: quando será seguro que toda a população, independente da idade, se vacine contra a Covid-19

Além de Campo Grande que, hoje (10.ago) repesca adolescentes com comorbidades para vacinação contra a Covid-19, São Luís, no Maranhão, foi a primeira capital a começar a vacinar entre 12 e 17 anos, no dia 13 de julho. São Paulo também anunciou a vacinação dessa faixa etária, marcada para começar em 23 de agosto. 

Ana Paula Burian é diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e aponta que um conhecimento aprofundado sobre eficácia e efeitos colaterais vão aparecer quando começar a imunização em grandes populações. 

“Só temos como falar dos riscos quando estabelecemos o público-alvo. Quanto mais gente vacinada, mais chances de ter um evento adverso mais raro. Pensando na vacina da Pfizer, o que vemos de reação é dor no local da aplicação, inchaço, febre e dor no corpo, o mesmo que vemos de maneira geral em todas as vacinas”, explicou ela em entrevista ao jornalista Lucas Rocha. 

Apesar de outras vacinas estarem em fase de testes ao redor do mundo, no Brasil, apenas a Pfizer concluiu a fase de estudos com o público entre 12 e 17 anos e recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

No momento, a Pfizer já avalia outros três grupos de idades, com mais de 4,6 mil crianças nos Estados Unidos, que são: de 5 a 11 anos; crianças de 2 a 5 anos; e bebês de 6 meses a 2 anos de idade, segundo informações da CNN Brasil. 

Desses estudos, dados referentes ao grupo de 5 a 11 anos devem chegar logo em setembro e a Pfizer, segundo declaração da empresa ao jornalista John Bonifield, da CNN, já entraria no mesmo mês com um pedido para uso emergencial junto à Food and Drug Administration (FDA), órgão regulamentador norte-americano.   

Para as crianças entre 2 e 5, segunda a Pfizer, os dados devem sair logo em seguida. Já para as mais novas, somente nos meses de outubro ou novembro, mas como demoram semanas para serem feitas as considerações pela FDA, pode ser que até o próximo ano as vacinas ainda não estejam disponíveis. A Moderna realiza também, com 6700 crianças, com idades entre 6 meses e 11 anos, mas se recusou a fornecer um cronograma sobre os resultados.

REAÇÕES ADVERSAS

Ainda que as reações observadas até então nas crianças, sejam semelhantes ao risco das sofridas pelos adultos, como dor e inchaço no local da aplicação, dor no corpo e febre baixa, sensibilidade, além de fadiga e calafrios em sintomas que costumam desaparecer em até 48 horas, em 9 de julho a Anvisa alertou sobre dois casos raros relacionados à aplicação da Pfizer, que são: miocardite e pericardite. 

Seria miocardite a inflamação do músculo cardíaco e pericardite, a inflamação do tecido que envolve o coração. Ainda assim, a agência apontou que não há relato dessas complicações em território nacional e baixo risco de ocorrência. 

Presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, apontou a existência de estudos que mostram uma resposta imune mais robusta em adolescentes e que “se as vacinas que forem introduzidas no calendário já tiverem sido estudadas na pediatria, como a vacina da Pfizer, que foi analisada em adolescentes e mostrou segurança, não há motivo para preocupação”, destacou.

** (Com informações CNN Brasil, Governo de São Luís)