A ex-autoproclamada presidente interina da Bolívia, a golpista de direita Jeanine Añez e 9 dos seus ministros estão com mandados de prisão aberto. Emitido nesta 6-feira (12.mar.21) pelo tribunal boliviano, o mandado alerta ao "risco de fuga" dos suspeitos.
Añez e os ministros são acusados de terrorismo, sedição e conspiração após anularem a reeleição do líder político Evo Morales (do Movimento pelo Socialismo - MAS) em novembro de 2019. Depois do golpe, apoiado pelas milícias de direita e por forças policiais simpáticas, Añez se viu chefe do parlamento, ela se declarou presidente interina em 12 de novembro daquele ano.
BREAKING: Bolivia's courts have ordered the arrest of former coup President Jeanine Añez and her most senior Ministers, as they are considered a 'flight risk'.
— Kawsachun News (@KawsachunNews) March 12, 2021
This comes as part of the investigation into the US-backed coup in 2019. pic.twitter.com/dJ1BeQDdET
A autoproclamada foi acolhida pela mídia e pelo governo dos EUA, que forneceram apoio às forças anti-MAS no país, com o então presidente dos EUA Donald Trump e, contou com o aliado, presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que rapidamente reconheceu Añes chefe do declarado governo interino.
No entanto, após meses alegando que Morales havia roubado votos, jornais americanos como o Washington Post foram forçados a admitir que o relatório da Organização dos Estados Americanos que embasava essas alegações era "profundamente falho". “Não há nenhuma evidência estatística de fraude que possamos encontrar - as tendências na contagem preliminar, a falta de qualquer grande salto no apoio a Morales após a paralisação e o tamanho da margem de Morales parecem legítimos”, escreveu o Post em fevereiro de 2020, depois de meses de violência nas ruas entre a polícia e as forças militares de Añez e os protestos liderados por indígenas contra eles, solidificou seu governo.
Novas eleições foram originalmente programadas para maio de 2020, mas após a propagação da pandemia COVID-19 no início do ano, o governo de Añez adiou repetidamente as eleições até dez dias de manifestações em massa forçando-o a se comprometer para 18 de outubro.
Nas semanas seguintes, a nova Assembleia Legislativa Plurinacional, o parlamento da Bolívia, emitiu acusações contra Añez em conexão com uma série de massacres de manifestantes pela polícia sob sua supervisão. Ela e 11 de seus então ministros foram implicados em massacres nas comunidades de maioria indígena de Senkata, Sacaba e Yapacani e acusados de genocídio por dar à polícia uma "licença para matar".
A procurada deixou o cargo somente no início de novembro do ano passado, após em 18 de outubro de 2020, Luis Arce, do Movimento pelo Socialismo (MAS), se tornar presidente ao vencer a eleição com esmagador número de votos.
Na semana passada, ela recusou uma intimação para se encontrar com o promotor estadual em Beni, sob pena de prisão.
La persecución política ha comenzado. El MAS ha decidido volver a los estilos de la dictadura. Una pena porque Bolivia no necesita dictadores, necesita libertad y soluciones.
— Jeanine Añez Chavez (@JeanineAnez) March 12, 2021
Pueden descarga la denuncia con la que pretenden perseguirnos: https://t.co/eVQKCMtcui