24 de abril de 2024
Campo Grande 29ºC

Ponta Porã

"Justiceiros da Fronteira", mata jovem, arranca as mãos e deixa ao lado do corpo

"O corpo foi encontrado as margens da BR-463"

A- A+

“Justiceiros da Fronteira. Voltamos”. Essa é a mensagem escrita em um cartaz sujo de sangue deixado ao lado do corpo de Eduardo Córdoba Aquino, cidadão paraguaio de 21 anos. O corpo foi encontrado na manhã de hoje, quarta-feira (30) ao lado da BR-463, no município de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.

O rapaz foi executado e teve as mãos decepadas, método adotado por grupos de extermínio que por muitos anos agiram na região de fronteira com o Paraguai para indicar que o morto era ladrão ou assaltante.

O corpo de Eduardo com os pés amarrados e um corte profundo na nuca foi deixado enrolado em um plástico azul. As mãos estavam ao lado do corpo. De acordo com a Polícia Civil, o cadáver foi achado perto de um ponto de concentração de caminhoneiros em greve.

 Eduardo Córdoba Aquino Foto: Direto das Ruas 

Um dos caminhoneiros informou aos policiais que por volta de 03h30 da madrugada de hoje, quarta-feira (30), avistou um carro nas proximidades, mas não soube descrever características do veículo.

“Aviso geral: La cidadania pidió y volvimos. Estamos para la justiça de la cidadania, ya no robo y assaltos em la fronteira. Att. Justiceiros de la Fronteira. Volvimos... No mas robos em la fronteira”, era a mensagem escrita em espanhol no cartaz.

Em tradução livre, o cartaz diz: “A cidadania pediu e voltamos. Estamos para a justiça da cidadania, sem roubos e assaltos na fronteira. Assinado: Justiceiros da Fronteira. Voltamos”.

Segundo a polícia, no local também foram encontrados uma máscara, duas algemas e um relógio. A suspeita é que o rapaz tenha sido morto em outro local e o corpo jogado na beira da estrada, perto do distrito de Sangua Puitã.

O “Justiceiros da Fronteira” é um grupo de exterminadores que existe há vários anos na Linha Internacional, com atuação principalmente em Pedro Juan Caballero.

O grupo estava nas sombras há algum tempo, mas voltou a agir, segundo moradores da região, após o aumento de roubos e furtos em Pedro Juan e Ponta Porã. Esses crimes aumentaram nas cidades-irmãs após a expansão das facções criminosas que se instalaram na fronteira para controlar o tráfico de drogas.