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ELEIÇÕES 2022

Sem partido, Bolsonaro pode ficar de fora da corrida presidencial, prevê cientista

Filiação do presidente ao PL é suspensa após briga de Jair com Costa Neto, com direito à "VTNC você e seus filhos"

Depois de deixar o PSL em 2019, por nove vezes Bolsonaro já tentou filiação à outros partidos - (Alan Santos/ PR)

Após briga com Valdemar da Costa Neto, líder do Partido Liberal, Jair Bolsonaro teve sua filiação ao partido suspensa e segue em sua busca do acolhimento de uma legenda, para ter a chance de concorrer às eleições em 2022. Sem partido, o presidente tem cerca de quatro meses para encontrar uma nova "casa" para apoiar sua candidatura. 

Cientista político, Paulo Níccoli Ramirez, que é professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP), explica que o isolamento de Bolsonaro pode tirá-lo da corrida presidencial de 2022. 

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“Ele tem até março do ano que vem para encontrar um partido, caso contrário não poderá participar das eleições. Isso cria um duplo cenário: ele pode atacar a democracia novamente ou não concorrer à eleição. Isso ilustra como Bolsonaro é uma figura patética, isolada e sem capacidade de unir partidos à sua volta. Diante disso, a gente pode ver Sergio Moro ser o candidato de segundo turno contra Lula”, disse o cientista em entrevista à Rádio Brasil Atual. 

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Conforme os bastidores do cenário político, a filiação de Jair ao PL já tinha data marcada, prevista para acontecer na próxima 2ª feira (22.nov.2021), mas foi suspensa após troca de insultos entre Costa Neto e o atual presidente, com direito à um  “VTNC você e seus filhos”, escrito pelo líder do Partido Liberal, segundo revelou o portal O Antagonista. 

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Neto teria negado a proposta do presidente para que seu filho, Eduardo Bolsonaro, se torna-se o responsável pela legenda em São Paulo. “Isso é reflexo de seus três anos de governo, marcados pelos desmandos, destruição da imagem do Brasil, 600 mil mortos na pandemia e ameaças contra a democracia. Portanto, os partidos não querem dar carta branca a Bolsonaro”, afirmou o cientista político.

Jair Bolsonaro deixou o PSL logo em 2019 e, depois disso, já foram nove negociações com os mais diversos partidos políticos. Paulo Nícolli aponta que, diferente de legendas organizadas, o atual presidente não tem um corpo técnico próprio e "nunca foi um indivíduo de partido". 

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"Ele só é cercado de lunáticos e pessoas ignorantes, que têm como consequência o Brasil de hoje. Caso ele seja candidato, voltará a mostrar novamente a desorganização política e com indivíduos amadores", completa o cientista político.