MS Notícias

RETÓRICA DA EXTREMA DIREITA

Inimigo dos Direitos Humanos, Bolsonaro pede 'prisão humanitária'

O pedido, no mínimo irônico, visava evitar que Bolsonaro fosse levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília

Alexandre de Moraes nega pedido de prisão humanitária feita por Bolsonaro ao STF.

Jair Bolsonaro, que ao longo de sua carreira atacou sistematicamente políticas de direitos humanos, acabou pedindo justamente um direito que ele sempre desprezou: prisão humanitária. Na 6ª feira (21.nov.2025), sua defesa solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-mandatário permanecesse em prisão domiciliar, alegando doenças crônicas e necessidade de acompanhamento médico intenso.

O pedido, no mínimo irônico, visava evitar que Bolsonaro fosse levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, e ampliar o número de visitas permitidas. Mas o STF, por meio do ministro Alexandre de Moraes, não comprou a narrativa: a prisão preventiva foi decretada neste sábado (22.nov.2025), e visitas só podem ocorrer com autorização prévia da Corte, exceto advogados e equipe médica.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista, e o cumprimento da pena pode começar nas próximas semanas. A Justiça mostrou que não há acomodações VIP ou mimos que substituam o rigor da lei, por mais que a defesa tente enquadrar a detenção como “humanitária”.

O contraste é evidente: enquanto Bolsonaro atacava direitos básicos de cidadãos e criticava presídios por supostas “benesses”, agora busca exatamente aquilo que negou a milhões de brasileiros: conforto, atendimento médico integral e visitas personalizadas.

Umas das frases mais agressivas contra o direito básico de todo ser humano foi proferida justamente por Bolsonaro em 2016 que disse: "Direitos humanos, esterco da vagabundagem".

Bolsonaro, inclusive, nem está numa prisão. Como mostramos mais cedo aqui no MS Notícias, ele está num quarto repleto de mordomias na sede da PF em Brasília. 

A audiência de custódia está marcada para amanhã, domingo (23.nov.25), e a defesa promete recorrer. Mas, para o público, a cena é emblemática: o inimigo dos direitos humanos quer direitos humanos só para si — e a Justiça respondeu com um sonoro “não”.