08 de dezembro de 2025
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OPERAÇÃO PORTARE

Empresa 'de pai que atirou no filho' é alvo da PF por fraude de R$ 1,3 milhão

As diligências ocorrem em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Brasília, Campo Grande, Rio de Janeiro e Boa Vista

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A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta 4ª feira (23.jul.25) a Operação Portare, contra fraudes em contratos de locação de veículos para o DSEI de Cuiabá (MT). A íntegra

Uma das empresas investigadas está sediada em Campo Grande (MS), na Avenida Fernando Corrêa da Costa.

'OS CUNHA'

O nome da investigada não foi divulgado oficialmente, mas trata-se da Cunha Locação Serviços e Transportes, aberta em 2014 com capital social de R$ 30,5 milhões, que tem como sócio-administrador Eder Lincoln Gonçalves da Cunha.

A reportagem verificou que Eder já foi destaque no MS Notícias por atirar e balear o próprio filhoEndreo Lincoln Ferreira da Cunha, em 2019. Endreo, por sua vez, já havia sido notícia em 2011 e condenado a 3 anos de prisão por matar um policial atropelado.  

Eder se tronou sócio-administrador da empresa em 2023. O Cartão CNPJ

PORTARE 

A operação mira o desvio de R$ 1,3 milhão em contratos emergenciais firmados entre 2023 e 2024.

Também foram identificados indícios de superfaturamento, fraude em licitação e pagamento de propina a servidores.

A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 20 milhões em bens dos investigados.

A ação é realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU).

Policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão em seis estados e no Distrito Federal.

As diligências ocorrem em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Brasília, Campo Grande, Rio de Janeiro e Boa Vista.

Dez pessoas tiveram bens sequestrados por decisão judicial.

Dois servidores públicos foram afastados de seus cargos durante a operação.

GOLPE NO DSEI

As investigações começaram a partir de denúncias anônimas sobre irregularidades no DSEI-Cuiabá, chefiada por Osmar Bororo, que foi indicado pelas lideranças indígenas para o cargo.

O contrato investigado previa a locação de veículos para atendimento a comunidades indígenas.

A apuração revelou possível favorecimento de empresas e acertos prévios entre gestores e contratadas.

Servidores do DSEI teriam recebido pagamentos indevidos para direcionar licitações.

Uma licitação homologada em 2025, no valor de R$ 25 milhões, apresentou novos indícios de ilegalidades.

O principal item do edital foi vencido por proposta considerada suspeita.

A PF aponta ausência de critérios técnicos, sobrepreço e possível manipulação de resultados.

NOME DA OPERAÇÃO E ACUSAÇÕES

O nome da operação, "Portare", faz referência ao transporte como eixo central da fraude.

Os crimes investigados incluem corrupção, fraude à licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro.