09 de setembro de 2024
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MPF acompanha de perto conflito entre indígenas e fazendeiros na região de Douradina

Para buscar soluções para o conflito, foram ouvidas lideranças indígenas e produtores rurais

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O Ministério Público Federal (MPF), representado pela Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais (6CCR), esteve na Terra Indígena (TI) Panambi-Lagoa Rica, em Douradina, nesta 3ª feira (6.ago.24), após ataques sofridos pelos indígenas Guarani Kaiowá. A visita contou com a presença da subprocuradora-geral da República e coordenadora da 6CCR, Eliana Torelly, e do procurador da República Marco Antônio Delfino.

No último sábado (3.ago.24), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) recebeu informações sobre conflitos entre produtores rurais e os indígenas Guarani Kaiowá durante uma ação de retomada de áreas da terra indígena. Esse território foi identificado como tradicional pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2011, mas o processo de demarcação está suspenso por ordem judicial.

Segundo o MPI, pelo menos oito pessoas ficaram feridas no confronto, cinco das quais foram hospitalizadas. Prontuários indicam que três indígenas foram feridos por munição letal e dois por balas de borracha. Perícias estão em andamento para apurar os detalhes. "Verificamos que as condições de permanência dos indígenas no local são péssimas. Eles estão em barracas de plástico, expostos a condições extremamente precárias. A questão requer ações de urgência", destacou Eliana Torelly.

Para buscar soluções para o conflito, foram ouvidas lideranças indígenas e produtores rurais. A visita ao local foi proposta pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e contou com a participação de integrantes do MPI, da Funai e do Governo de Mato Grosso do Sul.

Os ataques ocorreram durante a ausência da Força Nacional, que estava patrulhando outras áreas de retomada na região. Como medida imediata, foi decidido reforçar o efetivo da Força Nacional para evitar que a violência escale ainda mais.