Uma pesquisa Datafolha divulgada em 22 de agosto de 2018 mostrava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 39% das intenções de votos. Naquela ocasião, o DataFolha apenas "teorizava" sobre cenários eleitorais, pois, Lula havia sido retirado das eleições no início daquele ano, preso em 7 de abril de 2018, após ele mesmo se entregar à Polícia Federal (PF) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo (SP).

Os processos movidos contra o petista partiram da Operação Lava Jato, tudo arquitetado para retirá-lo da corrida eleitoral. O autor do mandado de prisão era na época o juiz Sergio Moro. Com a prisão de Lula, a história mostrou que a eleição de Bolsonaro ficou pavimentada e se concretizou naquele ano, apesar disso, só conquistada num 2º turno. Ao anunciar sua equipe, Bolsonaro convidou o juiz Moro a se tornar seu funcionário, como Ministro da Justiça. O convite foi aceito, tornando Moro ex-juiz.  

A prisão de Lula durou até o dia 8 de novembro de 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todos os processos, considerando o processo falso, sem provas. A defesa de Lula refutou cada uma das acusações, o petista saiu vitorioso em mais de 20 processos. Em 8 de novembro de 2019, Lula deixou a prisão, considerado inocente. 

Com isso, o Judiciário considerou Moro e sua equipe da Lava Jato suspeitos.

Desde então, os 4 anos do governo de Bolsonaro se passaram. 

Em 2022 a direita não conseguiu até o momento evitar que Lula se tornasse pré-candidato. 

Com isso, as pesquisas mostram o agora pré-candidato, livre das falsas acusações do judiciário, liderando a corrida eleitoral. 

Os aliados de Bolsonaro espalham mensagens por meio de canais como Telegram alegando que as pesquisas não são verdadeiras. No entanto, cabe observar as acusações, novamente, sem provas. 

A esquerda brasileira em 2022 está alinhada com Lula, o que torna a narrativa da oposição fraca. No ano em que Fernando Haddad foi candidato pelo PT, a esquerda não votou em peso em Haddad, dividindo os votos entre ele e Ciro Gomes (Centro-esquerda). Ainda assim, Bolsonaro não venceu no 1º turno.  

Em 2022, porém, as pesquisas mostram que o cenário é outro. Os levantamentos não só retratam a realidade da corrida eleitoral, como também confirmam que em 2018, Bolsonaro só foi eleito devido a retirada de Lula e algumas tacadas certeiras do marketing bolsonarista, entre elas, o uso de um suposto atentado contra o presidente.  

Até outubro de 2022, os bolsonaristas devem seguir abraçados a narrativa de que as pesquisas atuais são falsas, elas, porém, mostram a força de um ex-presidente que se mantém com alto índice de aprovação. 

No revés, os levantamentos revelam um primeiro mandato bolsonarista repleto de falhas. Erros ao escolher seus aliados são os mais graves, mas o principal é que os bolsonaristas erraram ao acreditar que a imagem de Lula seria derretida por um 'processo judicial atrofiado'.  

O que de fato existe é que Bolsonaro nunca enfrentou a força do nome de Lula nas urnas.