Ao invés de se solidarizar com a família de Genivaldo de Jesus Santos, que aos 38 anos foi torturado e assassinado por Policiais Rodoviário Federais (PRFs), na quarta-feira (25.mai), o presidente Jair Bolsonaro (PL), finalmente se manifestou nesta segunda-feira (30.mai) e disse: "que a Justiça será feita sem exageros e sem a pressão da mídia, que para ele, sempre tem um lado, o lado da bandidagem".
A fala ocorreu na Capital do Pernambuco, onde Bolsonaro foi mais uma vez sobrevoar sobre mortos e soterrados em meio a lama por omissão do estado.
Bolsonaro comparou a situação de Genivaldo, um homem trabalhador, que tinha família a de um um homem em situação de rua, que acabou matando e ferindo PRF em Fortaleza, semanas antes do caso de Genivaldo.
“Eu lamento o ocorrido há duas semanas, aproximadamente, por dois policiais rodoviários federais, que ao tentar tirar um elemento da pista, ele conseguiu sacar a arma de um deles e executou um deles. A GloboNews chamou esse bandido de suspeito. E o outro policial, de outra esfera, ao abater esse marginal, vocês realmente foram numa linha completamente diferente”, disse o presidente. Ele, porém, não explicou o porquê da esdrúxula comparação, já que, diferente do homem em situação de rua, Genivaldo era trabalhador, foi torturado e executado pelos PRFs sem apresentar ameaça, já que não estava armado.
Em seguida, ele afirmou que a lei será seguida e defendeu o trabalho da PRF. “Vai ser seguida a lei, a gente lamenta o ocorrido nos dois fatos, nos dois episódios, lamenta muito o ocorrido, e vamos, de acordo com o órgão competente, no caso, você cita o órgão, mas é Ministério Público, é a Polícia Federal que já teria afastado, não podemos generalizar tudo que acontece em nosso Brasil. A PRF faz um trabalho excepcional para todos nós, nos momentos difíceis, na pista geralmente, geralmente não, são os primeiros a chegarem para prestar o socorro. Vamos respeitar, todo mundo, a dor desse momento, que o povo de Pernambuco, de Recife, sofrem, e volta tudo à normalidade rapidamente, a Justiça vai investir nesse caso”.
Bolsonaro concluiu o discurso fazendo ataques à imprensa e dizendo que a lei será cumprida.
