05 de dezembro de 2025
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ROMPIMENTO À VISTA

Com Riedel e Azambuja rendidos ao bolsonarismo, PT deixa o Governo em MS

Vander falou com Fábio e avança para ampliar frente democrática com o PDT de Marquinhos, MDB de Simone e outras forças

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As recentes manifestações do governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) — defendendo os crimes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a democracia e dando respaldo às agressões do governo dos Estados Unidos à soberania brasileira — estão entre os principais motivos que levam o PT a desembarcar da porção que ocupa no governo de Mato Grosso do Sul. O presidente do Diretório Regional do PT, deputado federal Vander Loubet, afirma não existir mais um ambiente programático e ideológico de convivência entre o partido e as forças lideradas pelos líderes tucanos.

Com as declarações e notas oficiais de Riedel e Azambuja ecoando palavras-de-ordem que identificam fidelidade ao extremismo de direita, como os ataques ao STF, a defesa cega de Jair Bolsonaro e o apoio à chantagem retaliatória do presidente norte-americano Donald Trump, ao PT não resta outra solução, diz. "No segundo turno das eleições de 2022, fizemos um acordo publicamente assumido para apoiar Riedel, por considerá-lo de vertente da centro-direita arejada, sensata, democrática. Entramos no governo pela porta da frente, que é também a porta de saída quando as diferenças entre quem está dentro da mesma casa se tornam inconciliáveis", observa o deputado.

Loubet conta que já fez reuniões com os deputados estaduais Zeca do PT e Pedro Kemp, o vereador pedetista Marquinhos Trad (PDT) e seu irmão, o ex-deputado federal Fábio Trad, entre outras lideranças. E todas têm uma só voz, a de lutar pelo fortalecimento da democracia, agora com um novo ingrediente: defender a soberania nacional. "Demos ao governo a nossa contribuição, atuando e melhorando o desempenho das políticas de fomento à agricultura familiar. E até em Campo Grande, uma gestão de direita, o governo Lula está presente, com 95% dos investimentos que a cidade tem", pontua.

CUMPRINDO ETAPAS

De acordo com o petista, que é pré-candidato ao Senado, a partir de agora o foco é construir e vitaminar as bases de apoio à reeleição de Lula. Para isso, uma das etapas que estão sendo cumpridas é filiar Fábio Trad, para que seja o nome petista na disputa sucessória. O convite já está feito e só faltam pequenos detalhes, um dos quais o desembarque da gestão tucana. Loubet quer ampliar a federação que hoje tem PT, PCdoB e PV, trazendo o PDT, o PSB, o MDB e outras forças dispostas a fazer o enfrentamento do fascismo e lutar pela soberania. "O Fábio está conversando. Vamos continuar as conversas com a Simone. O PDT, do Marquinhos, já se reúne com a gente. Vamos falar com o deputado Paulo Duarte, o PSB é muito importante", revela.

De acordo com Vander Loubet, é possível que a chapa majoritária desta frente tenha duas candidaturas ao Senado, a dele e a da ministra Simone Tebet, que também é cotada para vice de Lula. "O que importa, acima de tudo, é o Partido dos Trabalhadores não ser dono da verdade, mas cumprir sua parte, colocar a força da sua militância e o ideal de seu programa a serviço da democracia, da soberania brasileira e do combate à fome e às injustiças. Não seguiremos de mãos dadas com quem sabota o próprio país e abastece a violência invasiva de governos estrangeiros", salienta Loubet.