08 de maio de 2024
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Executivos da Andrade Gutierrez revelam: propina foi repassada à campanha de Dilma em 2014

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A delação premiada de executivos da empresa Andrade Gutierrez revelam, segundo jornal Folha de São Paulo, que dinheiro de propina oriunda de obras superfaturadas da construtora com Petrobras com Sistema de Elétrico foram repassados à campanha da presidente Dilma Rousseff e seus aliados em 2020 e 2014 sob forma de doação legal.

Conforme depoimento prestado pelo executivo Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da empresa, em acordo de delação premiada, em 2014, a empresa repassou R$ 20 milhões para comitê da campanha de Dilma, e em 2010 também houve repasses. O executivo entregou uma planilha à Procuradoria Geral da República onde pagamentos estão detalhados. Porém, conforme Folha, não está claro ainda se valor destinado à campanha da presidente foi repassado diretamente ao comitê ou ao diretório nacional do PT. Há também menção na tabela de repasses feitos sob forma de doação de campanha ao PT nas eleições municipais de 2012. 

Segundo delator, havia duas espécies de repasses feitos pela empresa. A parte "republicana", que seria propina paga ao Governo pelos contratos superfaturados obtidos, e a parte "institucional", feita por meio de doações de campanha. O dinheiro era retirados de obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, da Usina Angra 3 e da Usina de Belo Monte. O acordo de delação foi entregue ao ministro do Supremo Tribunal Federal, teori Zavascki, responsável pela homologação.

O teor das declarações dos executivos da Andrade Gutierrez deve afetar drasticamente a atual situação política do Governo e da presidente que enfrenta processo de impeachment na Câmara dos Deputados. Nesta quarta-feira (6), o relator do pedido, deputado Jovair Arantes (PTB-GO) deu parecer favorável ao andamento do processo. Conforme jornal O Estado de São Paulo, dos 513 deputados, 260 são favoráveis ao impeachment, 110 são contrários, 69 estão indecisos e 74 ainda não responderam.