O Jornal Nacional, da Rede Globo, exibiu ontem à noite, 2ªfeira (18.maio), o nome do advogado Victor Granado Alves após declarações do empresário Paulo Marinho, que o advogado da família Bolsonaro acompanhava Flávio Bolsonaro em dezembro de 2018, quando este teria dito que recebeu informação privilegiada da Polícia Federal no Rio de Janeiro sobre a Operação Furna da Onça.
O senador Flávio Bolsonaro foi informado por um delegado da Polícia Federal, entre o primeiro e o segundo turnos da eleição de 2018, que seria deflagrada a Operação Furna da Onça, que expôs detalhes das movimentações financeiras sobre Fabrício Queiroz, então seu assessor. Queiroz é acusado de operar um esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A afirmação é do empresário Paulo Marinho, figura central na campanha à Presidência de Jair Bolsonaro e suplente do senador, em entrevista à "Folha de S.Paulo".
Em nota, Flávio disse que a declaração do ex-aliado é "invenção de alguém desesperado e sem votos" e que Marinho tem interesse em prejudicá-lo porque é seu substituto no Senado. O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou neste domingo que vai analisar a denúncia de que o senador foi avisado com antecedência sobre a operação.
O empresário revelou ainda que policiais federais simpatizantes da candidatura de Jair Bolsonaro teriam retardado a operação, para que ela ocorresse apenas após a realização do segundo turno. O delegado teria sugerido que Flávio tomasse "providências" antes da operação. De acordo com Marinho, pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, as revelações foram feitas a ele pelo próprio Flávio, em 13 de dezembro de 2018, quando a Furna da Onça já havia sido realizada. A ação foi deflagrada em novembro de 2018. Embora não tivesse Queiroz entre os alvos, a operação do Ministério Público Federal (MPF) expôs a movimentação financeira atípica dele, uma vez que ela constava entre os documentos recebidos por procuradores ao longo da apuração e que envolvia assessores de vários deputados. A investigação sobre o ex-funcionário de Flávio, no entanto, foi aberta no âmbito estadual, pelo Ministério Público do estado, que também havia recebido os Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
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