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GUERRA | ECONOMIA

Preço do barril irá a US$ 200; "Alta do combustível em MS é eminente", diz Sinpetro

"Ouro negro" será elevado em todo mundo; entenda

Preço do combustível deve aumentar em MS. Foto: Tero Queiroz

Os preços mundiais do petróleo podem devem dobrar e chegar a US$ 200 (R$ 1,017 mil) o barril devido ao possível embargo ao comércio dessas matérias-primas com a Rússia. A afirmação é da Westbeck Capital Management — Instituição financeira em Londres, Inglaterra. 

"Aquestão é de estoque aqui, mas estão buscando solução... Não temos informações se haverá um reajuste ou não. No final de 2022, o barril poderia chegar a US$ 100, já está em US$ 115. A alta é eminente em MS, no Brasil e no mundo, mas não se sabe nem quando, nem quanto", explicou o diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes (Sinpetro/MS), Edson Lazarotto. A entidade é um "braço" da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes, Fecombustíveis em MS. 

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Por não se ter os números dos aumento, não é possível saber ainda quanto pagará o consumidor final. (Veja os preços atuais abaixo). 

Conforme Lazarotto, a esperança para que os preços não cheguem aos patamares estimados pela Westbeck é o fim do conflito. "Tenho fé em Deus que isso vai acabar, essa guerra estúpida precisa ter fim... assim que acabar, os preços devem recuar", opinou. 

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Analistas da Westbeck destacaram que as restrições ao comércio de petróleo russo elevarão os preços mundiais do "ouro negro" de forma gradual: 150, 175 até US$ 200 por barril. Isso criará pressões inflacionárias significativas em todo o mundo e forçará os mercados internos.  

No centro de Campo Grande, popular abastece no posto de combustível Faleiros, no cruzamento das Ruas 26 de Agosto e Calógeras. Foto: Tero Queiroz 

“Os preços nos mercados petrolífero e bolsista não incluem atualmente este risco, embora a probabilidade da sua realização seja muito elevada”, acrescenta a publicação.

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Os preços para o consumidor ainda não foram afetados, apesar de já estarem altos.

A Agência Nacional do Petróleo brasileira, ANP, diz que o município de Corumbá é onde os preços da gasolina estão com maior alta no bolso do consumidor, se reservando ao espaço geográfico de Mato Grosso do Sul. Veja em quais municípios está mais caro o litro da gasolina: 

DADOS MUNICÍPIO MUNICÍPIO Nº DE POSTOS
PESQUISADOS Preço ao Consumidor PREÇO MÉDIO DESVIO PADRÃO PREÇO MÍNIMO PREÇO MÁXIMO Campo Grande 16 6,379 0,096 6,239 6,499 Corumba 8 7,176 0,016 7,139 7,190 Coxim 6 6,858 0,060 6,789 6,919 Dourados 10 6,303 0,206 5,990 6,689 Nova Andradina 5 6,891 0,094 6,764 7,016 Ponta Porã 4 6,793 0,223 6,459 6,919 Tres Lagoas 12 6,756 0,098 6,559 6,947

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Veja em quais municípios está mais caro o litro do óleo Diesel:

Síntese dos Preços Praticados - MATO GROSSO DO SUL Resumo I - ÓLEO  DIESEL R$/l Período: De 20/02/2022 a 26/02/2022 DADOS MUNICÍPIO MUNICÍPIO Nº DE POSTOS
PESQUISADOS Preço ao Consumidor PREÇO MÉDIO DESVIO PADRÃO PREÇO MÍNIMO PREÇO MÁXIMO Campo Grande 15 5,381 0,291 4,349 5,569 Corumba 5 6,090 0,109 5,899 6,150 Coxim 6 5,549 0,045 5,490 5,599 Dourados 10 5,434 0,126 5,270 5,649 Nova Andradina 4 5,627 0,111 5,549 5,790 Ponta Porã 3 5,754 0,062 5,695 5,819 Três Lagoas 9 5,753 0,189 5,499 5,959

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Veja em quais municípios está mais caro o litro da etanol: 

Síntese dos Preços Praticados - MATO GROSSO DO SUL Resumo I - ETANOL HIDRATADO R$/l Período: De 20/02/2022 a 26/02/2022 DADOS MUNICÍPIO MUNICÍPIO Nº DE POSTOS
PESQUISADOS Preço ao Consumidor PREÇO MÉDIO DESVIO PADRÃO PREÇO MÍNIMO PREÇO MÁXIMO Campo Grande 16 4,767 0,115 4,649 4,988 Corumbá 6 5,635 0,045 5,550 5,680 Coxim 6 5,460 0,076 5,355 5,559 Dourados 10 4,877 0,198 4,600 5,199 Nova Andradina 3 5,102 0,086 5,018 5,189 Ponta Pora 4 5,203 0,271 4,799 5,379 Três Lagoas 12 5,099 0,213 4,749 5,509

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Veja em quais municípios está mais caro o gás de cozinha:

Síntese dos Preços Praticados - MATO GROSSO DO SUL Resumo I - GLP R$/13kg Período: De 20/02/2022 a 26/02/2022 DADOS MUNICÍPIO MUNICÍPIO Nº DE POSTOS
PESQUISADOS Preço ao Consumidor PREÇO MÉDIO DESVIO PADRÃO PREÇO MÍNIMO PREÇO MÁXIMO Campo Grande 32 96,46 3,65 89,00 105,00 Corumba 3 108,33 5,77 105,00 115,00 Coxim 6 117,50 2,74 115,00 120,00 Dourados 29 105,65 4,92 97,00 115,00 Nova Andradina 11 102,55 4,93 95,00 110,00 Ponta Pora 2 97,00 1,41 96,00 98,00 Tres Lagoas 7 102,14 3,93 100,00 110,00

Esses valores acima ainda não referenciam o impacto dos embargos em razão da guerra da Rússia contra a Ucrânia, visto que a invasão teve início em 25 de fevereiro, um dia mais tarde, a pesquisa na ANP era divulgada, ainda sem considerar o cenário.  

Diante do aumento do preço do barril, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu a votação de projetos que visam conter a alta dos preços dos combustíveis no mercado interno. 

Pacheco afirmou pelas redes sociais que “mais do que nunca, diante do aumento do valor do barril de petróleo, precisamos tomar medidas que impeçam a elevação do preço dos combustíveis”. 

“Na próxima semana, os dois projetos de lei que trazem medidas para controlar a escalada dos preços de combustíveis (PLP 11/2020 e PL 1472/2021) estarão na pauta do Senado”, acrescentou o presidente da Casa.  

RÚSSIA, 2ª MAIOR PRODUTOR DE PETRÓLEO

A Rússia é um dos grandes responsáveis pelo fornecimento de petróleo para o mundo e, principalmente, para a própria Europa. O país é o segundo maior produtor junto com a Arábia Saudita (atrás somente dos Estados Unidos), ou seja, uma interrupção na oferta pode afetar de maneira significativa os preços. Por esse motivo, os Estados Unidos e seus aliados têm evitado sanções que afetam diretamente as commodities russas, incluindo o combustível fóssil.

Para o pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Inep), Rodrigo Leão, a relevância da Rússia nas exportações do petróleo e demais commodities hoje é muito maior do que nos anos de 1990. Ou seja, medidas que paralisem direta ou indiretamente as exportações do combustível podem gerar distorções de preços pelo mundo.

Leão ainda aponta para os investimentos em infraestrutura energética que a Rússia tem feito com a China nos últimos quatro anos podem ser uma opção para "escoar a produção" russa, evitando o direcionamento aos europeus, em mais uma forma de retaliar os países que sancionam a Rússia e pressionam o mercado global.

EMBARGOS DO GÁS NO EXTERIOR

A Alemanha está disposta a parar de comprar o gás russo.

Recentemente o operador suíço (Nord Stream 2 AG) do gasoduto russo Nord Stream-2 declarou falência. A empresa estava construindo um gasoduto entre a Rússia e a Alemanha e foi duramente atingida pelas sanções contra a Rússia.

Em entrevista à SRF, a diretora de economia da Zug, Silvia Thalmann-Gut, disse que a empresa deveria entrar com pedido de falência e demitir 106 trabalhadores. Dado que outras empresas russas estão sediadas em Zug, isso pode ser apenas o começo. 

"Fomos informados hoje [3.mar.22] que esta empresa não pode continuar. Não se trata, portanto, de despedimentos em massa, mas a empresa deve depositar o balanço [pedido de falência]. Os funcionários receberão o aviso de rescisão. Estamos agora informando-os de seus direitos e obrigações", disse a empresária.  

"Nord Stream 2 AG" investiu cerca de 7,4 bilhões de euros na construção do gasoduto da Rússia para a Alemanha. FOTO: PEDRA CHAVE | SRF