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OPERAÇÃO LESA PÁTRIA

Suplente e assessora de deputado bolsonarista são alvos da PF em MS

Estão sendo cumpridos 53 mandados de busca e apreensão em 7 estados

Rafael Tavares teve o mandato cassado em MS por tramóias de seu partido PRTB, quanto a cota feminina. Foto: Reprodução | Arquivo

Bolsonaristas que financiaram ou fomentaram os atos golpistas de 8 de Janeiro são procurados pela Polícia Federal (PF) nesta 3ª feira (5.set.23), na 16ª fase da Operação Lesa Pátria. 

Em Campo Grande (MS), a casa do empresário Rodrigo de Souza Lins (PRTB), eleito em 2022 como suplente de deputado estadual bolsonarista Rafael Tavares (PRTB), foi alvo de cumprimento de mandado de busca e apreensão pela PF.  Nas redes sociais, Lins constuma fazer ataques a Lula e enaltecer políticos bolsonaristas, como o ex-deputado federal Daniel Silveira. Lins é um militantes de extrema direita presidente do Instituto Nacional Direita do Brasil e diretor dos "Guardiões da Nação em Mato Grosso do Sul". 

Além do empresário extremista, uma assessora de Tavares também foi alvo dos federais.

Estão sendo cumpridos 53 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, Santa Catarina, Tocantins, Ceará e Minas Gerais. 

Em nota a PF disse que foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Apura-se que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar à cifra de R$ 40 milhões.

"Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido. As investigações continuam em curso, e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas", disse os investigadores.  

Os mandados de busca e apreesão de hoje estão distribuídos da seguinte maneira por 7 estados: 

  1. São Paulo 12;
  2. Paraná 6;
  3. Mato Grosso do Sul 2;
  4. Tocantins 2;
  5. Santa Catarina 3;
  6. Minas Gerais 26;
  7. Ceará 2.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta 3ª feira (5.set) em sua conta no X (antigo Twitter) que a corporação continua realizando o trabalho "em defesa da Pátria brasileira, em uma semana tão simbólica", em referência ao 7 de Setembro. "Que nunca mais queiram rasgar a nossa Constituição e destruir o Estado Democrático de Direito", completou.

BALANÇO DA LESA PÁTRIA ATÉ HOJE

ALVO NA 11ª FASE

O MS Notícias adiantou em maio, que o 2º secretário da Associação Empresarial de Maracaju (MS), Adoilto Fernandes Coronel, foi alvo da 11ª fase da operação Lesa Pátria. Naquela ocasião a PF apreendeu armamentos na casa de Adoilto, que tinha certificado de colecionador, atirador desportivos e caçador (CAC). Adoilto é suspeito de financiar ônibus que levaram os golpistas de MS à Brasília.  

Proprietário de uma loja de matérias de construção em Maracaju, Adoilto apareceu primeiro na lista dos bolsonaristas que deveriam ressarcir em R$ 20,7 milhões os cofres públicos pelos atos golpistas realizados por radicais de direita apoiadores do ex-presidente. Depois, esse valor foi ampliado. 

QUEM FOI PRESO?

Das 1.406 que foram presas por participarem do 8 de Janeiro, estavam presos até o final de abril de 2023, no Complexo da Papuda, 181 homens e no presídio da Colmeia 82 mulheres. Mais 27 homens e 4 mulheres foram presos depois disso, em operações policiais. Eis a lista dos detidos (íntegra) e das detidas (íntegra).

Ao todo, 2.151 pessoas foram presas em flagrante, incluindo envolvidos nos ataques e participantes dos acampamentos montados em frente ao QG (Quartel General) do Exército em Brasília. Foram levadas pela PF ao ginásio da Academia da organização. Depois, 745 pessoas foram liberadas imediatamente. Eram idosos com mais de 70 anos, pessoas com comorbidades e mulheres com filhos.

As pessoas que já foram liberadas cumprem outras medidas cautelares em seus respectivos Estados (íntegra da lista dos liberados no DF aqui  e dos Estados, aqui).

DENÚNCIAS

A PF abriu um canal de denúncias para identificar pessoas ligadas aos atos extremistas. As denúncias podem ser enviadas para o e-mail: denuncia8janeiro@pf.gov.br.