30 de abril de 2024
Campo Grande 30ºC

LESA A PÁTRIA

PF apreende arsenal e malotes na casa de Cac bolsonarista em Maracaju

Acusado de ser financiador dos atos golpistas do 8 de Janeiro

A- A+

A Polícia Federal (PF), apreendeu malotes e um asenal na manhã desta 5ª.feira (11.mai.23), na casa do empresário bolsonarista e 2º secretário da Associação Empresarial de Maracaju (MS), Adoilto Fernandes Coronel. Ele escondia armas de grosso calibre. Adoilto teria certificado de colecionador, atirador desportivos e caçador (CAC). Não há, porém, informações se o armamento era ilegal. 

A apreensão ocorreu durante a 11ª fase da operação Lesa Pátria, realizada em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Nesta etapa, não há nenhum mandado de prisão.

A operação visa identificar financiadores e fomentadores dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro, em Brasília. 

São cumpridos, ao todo, 22 mandados de busca e apreensão nos três estados, onde há diversas pessoas acusadas de financiar os atos golpistas (veja abaixo).

Conforme nota da PF, foi determinado o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões para cobertura e ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público.

Proprietário de uma loja de matérias de construção em Maracaju, Adoilto apareceu primeiro na lista dos bolsonaristas que deveriam ressarcir em R$ 20,7 milhões os cofres públicos pelos atos golpistas realizados por radicais de direita apoiadores do ex-presidente. Depois, esse valor foi ampliado. 

Como mostramos aqui no MS Notícias, a Advocacia Geral da União pediu, em 13/02/23, a condenação definitiva de acusados de financiar os atos golpistasA íntegra.  

Para o órgão, os 'patrões do ataque', foram “fundamentais” para o desfecho terrorista dos bolsonaristas ao financiarem e patrocinarem a contratação de ônibus de transporte para os radicais irem até Brasília e que, por esse motivo, devem ser condenados por suas participações no evento. 

A ação movida contra 54 pessoas físicas, 3 empresas, uma associação e 1 sindicato, afirma que os envolvidos, ao fretarem veículos para os manifestantes, “assumiram o risco pela prática dos atos ocorridos e pelos danos que deles derivaram”.

Em MS, também é acusada de ser financiadora dos atos golpistas, Aparecida Solange Zanini, de Três Lagoas. Ainda não há informações se a PF esteve na casa de Aparecida.

BOLSONARISTAS GOLPISTAS DO PARANÁ

Ao menos 19 mandados de busca e apreensão foram cumprtidos nesta manhã de 5ª (11.mai) no Paraná. 

Segundo a PF, os alvos no estado são de Missal, Londrina, Cornélio Procópio e Castro — nesta última cidade, 15 mandados foram cumpridos.

Publicamos aqui no MS Notícias, os nomes dos acusados de finaciar os atos golpistas residentes no PR. Eis:  

  • Ademir Luis Graeff, de Missal (PR);  
  • Adriano Luis Cansi, de Cascavel (PR);
  • José Roberto Bacarin, de Cianorte (PR);
  • Leomar Schinemann, de Guarapuava (PR);
  • Marcelo Panho, de Foz do Iguaçu (PR);
  • Pedro Luís Kurunczi, de Londrina (PR);
  • Ruti Machado da Silva, de Londrina (PR);
  • Stefanus Alexssandro França Nogueira, de Ponta Grossa (PR);
  • Vanderson Alves Nunes, de Francisco Beltrão (PR);
  • Associação Direita Cornélio Procópio, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº 42.530.982/0001-73, de Cornélio Procópio (PR);
  • Sindicato Rural de Castro, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº 76.110.394/0001-00, de Castro (PR).
  • RV da Silva Serviços Florestais Ltda., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº 16.864.075/0001-50, de Pirai do Sul (PR).

ACUSADOS DE FINANCIAR ATAQUES BOLSONARISTAS RESIDENTES EM SÃO PAULO:

  • Adailton Gomes Vidal, de São Paulo (SP);
  • Alethea Veruska, de São José dos Campos (SP);
  • Carlos Eduardo Oliveira, de São Pedro (SP);
  • Dyego Primolan Rocha, de Presidente Prudente (SP);
  • Fernando José Ribeiro Casaca, de São Vicente (SP);
  • Genival José da Silva, de Ribeirão Preto (SP);
  • Jean Franco de Souza, de Mirassol (SP);
  • João Carlos Baldan, dono e morador da Chácara Santa Isabel KM 700 - São José Do Rio Preto (SP);
  • Jorge Rodrigues Cunha, morador na BRO Boa Vista, 00005, Matadouro - Pilar do Sul (SP);
  • José de Oliveira, de Bom Jesus dos Perdões (SP);
  • José Marcolino Ramos, de Lins (SP);
  • Marcia Regina Rodrigues, de Ribeirão Preto (SP);
  • Márcio Vinicius Carvalho Coelho, de Marilia (SP);
  • Marco Antônio de Souza, de Leme (SP);
  • Marcos Oliveira Queiroz, de São Paulo (SP);
  • Marlon Diego de Oliveira, brasileiro, de Tupã (SP);
  • Michely Paiva Alves, de Limeira (SP);
  • Mônica Regina Antoniazi, de Piracicaba (SP);
  • Nelma Barros Braga Perovani, de Piratininga (SP);
  • Nelson Eufrosino, de Ourinhos (SP);
  • Rieny Munhoz Marcula, de Campinas (SP);
  • Rosangela de Macedo Souza, de Riolandia (SP);
  • Sandra Nunes de Aquino, de Sorocaba (SP);
  • Selma Borges Pereira Fioreze, de Monte Azul Paulista (SP);
  • Sheila Mantovanni, de Mogi das Cruzes (SP);
  • Sulani da Luz Antunes Santos, de Vinhedo (SP);
  • Zilda Aparecida Dias, de Rio Claro (SP).

GOLPISTAS VIRAM RÉUS

Nesta semana, o STF tornou mais 250 réus acusados de participação nos ataques. O placar ficou em 8 votos a 2 em favor do voto do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito.

Os ministros votaram no plenário virtual da Corte. Os novos réus fazem parte da terceira leva de acusações da Procuradoria Geral da República (PGR). Até o momento, o STF decidiu pela abertura de ações penais contra 550 pessoas envolvidas nos ataques.

QUEM FOI PRESO?

Das 1.406 que foram presas por participarem do 8 de Janeiro, estavam presos até o final de abril de 2023, no Complexo da Papuda, 181 homens e no presídio da Colmeia 82 mulheres. Mais 27 homens e 4 mulheres foram presos depois disso, em operações policiais. Eis a lista dos detidos (íntegra) e das detidas (íntegra).

Ao todo, 2.151 pessoas foram presas em flagrante, incluindo envolvidos nos ataques e participantes dos acampamentos montados em frente ao QG (Quartel General) do Exército em Brasília. Foram levadas pela PF ao ginásio da Academia da organização. Depois, 745 pessoas foram liberadas imediatamente. Eram idosos com mais de 70 anos, pessoas com comorbidades e mulheres com filhos.

As pessoas que já foram liberadas cumprem outras medidas cautelares em seus respectivos Estados (íntegra da lista dos liberados no DF aqui – e dos Estados, aqui).