14 de dezembro de 2025
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OPERAÇÃO

Gaeco desmonta facção que agia em presídios de MS com ajuda de servidores

Operação Blindagem cumpre 35 mandados e expõe esquema de tráfico e corrupção

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio do Gaeco, deflagrou nesta 6ª feira (7.nov.25) a peração Blindagem, para desarticular uma organização criminosa armada que atuava no tráfico interestadual de drogas, corrupção, usura, comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro.

A investigação, que durou 25 meses, revelou que o grupo era comandado de dentro do sistema prisional e mantinha uma ampla rede de apoio em diversas cidades de Mato Grosso do Sul, incluindo Campo Grande, Aquidauana, Anastácio, Corumbá, Jardim, Sidrolândia, Ponta Porã e Bonito, além de ramificações em São Paulo e Santa Catarina.

O esquema envolvia o envio de drogas para diversos estados, como SP, MG, RS, SC, BA, AC, MA e GO. O transporte era feito com caminhões com fundo falso, veículos utilitários, remessas pelos Correios e até em vans com passageiros. Para disfarçar, os entorpecentes eram escondidos entre cargas de produtos alimentícios acompanhados de nota fiscal.

As investigações apontaram ainda conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC), que fornecia suporte à facção, inclusive com ações violentas de cobrança de dívidas e punições a inadimplentes.

A apuração começou após a apreensão do celular do líder do grupo, que operava de dentro de um presídio no interior do estado. Com isso, foi possível identificar o envolvimento de servidores públicos, responsáveis por permitir o uso de celulares, repassar informações sigilosas e facilitar a permanência dos chefes da facção em unidades prisionais de menor segurança. Também foram identificadas manobras para transferir inimigos do grupo para outras unidades.

Ao todo, a operação cumpre 35 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina. A ação mobilizou o Batalhão de Choque, Bope, Força Tática, Agepen, além da Polícia Civil paulista, Gaeco/SC e Polícia Militar de SC. A OAB/MS acompanhou os trabalhos.

O nome "Blindagem" faz referência à proteção que os líderes da organização recebiam dentro do sistema prisional, com acesso a benefícios e informações privilegiadas em troca da corrupção de servidores.