24 de abril de 2024
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TRANSPORTE | FERROESTE

Ferrovia impactará 425 municípios e estima receber R$ 20 bilhões em investimentos

Cooperativas economizariam cerca de R$ 800 milhões em fretes caso a Nova Ferroeste estivesse em atividade, diz proponente

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Nova Ferroeste, a ferrovia que promete ligar os estados de Mato Grosso do Sul (MS) e Paraná, terá 1.285 km de extensão e impactará diretamente 425 cidades nos estados de MS, Paraná e Santa Catarina.

O projeto que vem sendo chamado de super ferrovia ou Corredor Oeste de Exportação conectará as cidades de Maracaju (MS) e Paranaguá (PR). 

O presidente da Ferroeste, André Luiz Gonçalves, disse ao MS Notícias que a conclusão deste projeto, a Ferroeste irá se tornar uma das mais importantes ferrovias do país. “[ficará] atrás apenas da Norte-Sul e da Transnordestina (ambas ainda em construção, com 4.155 km e 1.728 km de extensão, respectivamente). Ou seja, teremos aqui um trecho ferroviário com capacidade para atender as principais áreas produtivas nacionais", avaliou.

A ferrovia pode se tornar um dos mais importantes trechos de transporte de cargas sobre trilhos do Brasil e um dos maiores corredores de exportação dos produtos nacionais.

Em fase de estudos de viabilidade e de impactos ambientais, a ferrovia contará com projeto bastante robusto.  “Nosso papel não é só produzir um estudo técnico bem aprofundado e sim um dos projetos mais completos, em termos de ferrovias, do Paraná e do país. A cada passo que damos, sempre procuramos validá-los com os setores produtivos, com os governos competentes e todos os demais envolvidos, para que, por onde essa ferrovia passar, traga muitas coisas boas: mais empregos, mais investimentos e mais recursos", explicou. 

O presidente diz que projeto contará com investimentos. "Não tenho dúvidas de que a ferrovia irá captar muitos aportes, tanto nacionais quanto internacionais. Nossa expectativa é que chegue na ordem de R$ 20 bilhões", estimou.

Segundo Gonçalves, os estudos apontam para uma economia de até 30% nos custos de transporte da área produtiva do Estado. "Em 2019, por exemplo, quando demos início aos estudos de implantação do projeto, havia uma informação que apontava que as cooperativas do Estado, que são as maiores da América do Sul, economizariam cerca de R$ 800 milhões em fretes caso a Nova Ferroeste já estivesse em operação naquele momento. Hoje, essa economia giraria em torno de R$ 1 bilhão. Esse dinheiro poderá ser aplicado na própria região", ressaltou.

Outra vantagem do novo trajeto é o aumento da capacidade de transporte da ferrovia, que vai crescer muito em comparação ao que é movimentado atualmente, pontua o executivo. "Fazemos o transporte de, em média, 1 milhão de toneladas de cargas ao ano no atual trecho e, com a ampliação, faremos a movimentação de aproximadamente 35 milhões, ou seja, 35 vezes mais, apenas no primeiro ano de operação da nova ferrovia. Esse volume pode aumentar muito mais, porque são dois estados agroindustriais muito fortes, tanto o Mato Grosso do Sul quanto o Paraná".

Há ainda a questão da empregabilidade, já que o projeto deve gerar mais oportunidades de trabalho para a região. "Com certeza, essa é uma iniciativa que vai mobilizar bastante mão de obra, tanto para a fase de construção do novo percurso quanto para os postos de trabalho que serão gerados após a conclusão, como cargos operacionais, de manutenção, de operação de locomotivas, entre outros. Serão milhares de empregos gerados a partir deste projeto", completou. 

Para ele, o mundo todo tem ferrovias que transformam a realidade local e a ideia é fazer isso também no Brasil. "Nós torcemos não apenas pelo sucesso do nosso projeto, mas também para o de todos os outros que envolvam o modal ferroviário no Brasil. Com todos dando certo, quem ganha é o país", finalizou.