18 de abril de 2024
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BIOMAS | MS

Governo aplica R$ 56,6 milhões e compra avião Air Tractor contra incêndios

Estado de MS lança hoje, 2ª-feira (4.jan.2021) o Plano Estadual de Combate a Incêndio Florestal

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Governo de Mato Grosso do Sul deve anunciará hoje, 2ª-fteira (4.jan.2021) o chamado Plano Estadual de Combate a Incêndio Florestal, que visa anteceder e se preparar para evitar queimadas em Biomas como o pantaneiro. Segundo o governador de MS, Reinaldo Azambuja (PSDB), a proposta irá aplicar R$ 56,6 milhões de recursos próprios na compra de veículos e equipamentos, incluindo um avião Air Tractor, modelo norte-americano capacitado para combate de alta precisão a incêndios florestais, além de treinamento dos bombeiros. Ao plano se integram outras ações do Governo do Estado, como o Programa de Manejo do Fogo, em discussão.

Com a medida, o estado quer reestruturar as forças operacionais de Mato Grosso do Sul para atuarem com maior resposta frente aos incêndios de grandes proporções, como os que ocorreram este ano no Pantanal e no Cerrado

“Tivemos um ano atípico nas áreas da saúde e climáticas, principalmente, e o nosso governo conseguiu enfrentar grandes desafios, como a questão dos incêndios florestais, onde criamos uma força-tarefa com o apoio de alguns estados e do governo federal”, afirmou o governador. “Agora, damos um passo à frente com a estruturação operacional da área de segurança para ganharmos mais eficiência no enfrentamento de situações extremas”, disse o chefe do executivo estadual. 

Outros R$ 7,1 milhões serão aplicados na compra de API’s e equipamentos (22 kit pick-up, 30 moto bombas, mangueiras, 200 mochilas costais, dez drones, 17 rádios portáteis, cinco computadores, 300 abafadores, 100 pinga-fogo de alumínio, 150 pás coração, 100 foices, 200 gorgui classic e 200 facões). Também será construído um centro de apoio no 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros, em Corumbá, com alojamento e refeitório, ao custo de R$ 658 mil.

ESTRUTURA E ESTRATÉGIAS

O Plano de Trabalho de Combate a Incêndio Florestal, elaborado pela secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, produção e Agricultura Familiar (Semagro) e pela secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) antecipa as estratégias e intensifica as ações de prevenção e controle, fundamentais para reduzir os danos ambientais e proteger as comunidades ribeirinhas.

Jaime Verruck, titular da Semagro, justificou em reportagem publicada no Portal do MS, que as queimadas de 2020 ocorreram devido: “a maior crise hídrica dos últimos 50 anos”, argumentou.  “Estamos em várias frentes, discutindo com a sociedade o Programa Integrado de Manejo do Fogo, que deve ser lançado em janeiro, e revisando o Comitê interinstitucional do Fogo com a participação de outros atores relevantes, como as entidades empresariais (Biosul e Reflore), que tiveram papel relevante no combate aos incêndios fora do Pantanal”, adiantou.

A consolidação de um plano estratégico para o Pantanal inclui, segundo o secretário, meios eficientes de resgate de animais das áreas queimadas e a manutenção e implantação das estradas que cortam o bioma, garantindo acesso terrestre fácil e rápido às áreas de focos de calor, evitando maior propagação dos incêndios.

PANTANAL QUEIMOU

Ao longo de 2020, o fogo no Pantanal queimou uma área de 18,6 mil km² — o equivalente a mais de três vezes o tamanho do Distrito Federal. O espaço destruído em apenas oito meses chega perto dos 20,8 mil km² devastados pelo fogo ao longo dos 12 meses de 2019, maior registrado em um ano.

Cerca de 26,2% do bioma foi devastado em 2020. Os dados são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), divulgados em nota técnica emitida em 6 de outubro.