O campo-grandense Renato Mendes, de 33 anos, é o artista entrevistado nesta 6ª.feira (17.mar.23), no Condcast — um podcast realizado pela Produtora Condado Produções em parceria com o MS Notícias. (Assista acima).
Renato trabalha apenas como musicista e produtor de shows e contou à reportagem, que sua carreira começou de forma repentina aos 16 anos na banda Whisky de Segunda — hoje uma das mais conhecidas do gênero Blues da Capital. “Meu irmão [João Carlos], tocava lá e eu comecei a ir aos ensaios... Eu não tocava antes, não fazia nada... não tinha contato com o instrumento. Mas dos 15 para 16 anos, nos ensaios dessa banda do meu irmão, surgiu meu interesse. Aí meu irmão me ofereceu, para eu aprender a tocar. Não foi ele quem me ensinou, mas me influenciou. A partir daí, ele conseguiu aulas para mim de guitarra, com o guitarrista dessa banda. Ele me deu 3 meses de aula, aprendi ali... Ele me ensinou os caminhos que precisava, aí eu fui pegando tudo que eu podia pegar, aprendendo e me desenvolvendo sozinho. Ele me ensinou as músicas que ele queria que eu pagasse para tocar base nesse projeto, deles. Eu aprendi direto para em 3 meses ir para o palco”, contou.
Bastante jovem, na época, os ensaios e viagens para shows da Whisky de Segunda conflitavam com horários de escola e inviabilizaram a continuidade de Renato no grupo. “Fiz parte da banda de 2006 a 2007. Eu era muito jovem, né? Eu tinha outras coisas na vida, era atleta [pratica Vôlei] também... Aí eles me tiraram da banda mesmo, eu era novo, bem gurizão”, lembrou.
Apesar de não mais integrar Whisky de Segunda, Renato revelou que ao final dos 3 meses de estudo da guitarra, o show que fez com a banda no Barfly, o levou a decisão de querer fazer isso [tocar] pro resto da vida (sic)".
Depois disso, o músico foi a cada dia mais se especializando na execução de sons na guitarra, descobrindo sonoridades influenciado pelo Jump, Swing Blues e o Jazz. Paralelo a esse trabalho, também passou a atuar como produtor de palco nos shows de outros artistas.
Alguns meses mais tarde, ainda em 2007, Renato decidiu formar sua própria banda com os amigos de E.E. estadual José Barbosa Rodrigues. Eles intitularam a banda de “Renato Mendes & Blues Note Band”, em que faziam somente apresentações em eventos da escola e Bairro Colibri II. A banda escolar, porém, não teve vida longa. "Porquê eu terminei o ensino médio e não tive mais contato com os amigos da escola, mas em seguida montei um novo trabalho com meu irmão". Ao lado do irmão, Renato formou sua primeira banda de Jump Blues e Blues tradicional, a qual chamaram de ‘Mr.Willie Blues Band’. Por meio dessa formação, os irmãos tocaram com alguns músicos referências no Blues nacional como Décio Caetano, Robson Fernandes, Ivan Marcio, Adriano Grinneberg e Fábio Brum.
Passando por várias formações, a ‘Mr.Willie Blues Band’ chegou a gravar com o gaitista Robson Fernandes(SP). O produto dessa parceria foi a credencial da banda para tocar na 1ª edição do Bonito Blues & Jazz Festival. Cinco anos depois, a 'Mr.Willie Blues Band' encerrou as atividades.
O músico decidiu, então, se afastar dos palcos, ficando 3 anos sem se apresentar. Ele não revela motivação específica que o levaram a esse triênio de afastamento da música.
Em 2016, Renato retornou com o projeto ‘Renato Mendes & The Old Trouble’, ocasião em que conheceu Rick Bergamo. Em seguida, formou a Mendes & Bergamo, um Duo de Blues que veio a ser seu principal trabalho até 2019.
A vida pessoal de Renato mudou. Ele teve que se mudar para Itajaí (SC), onde ao longo de 1 ano manteve o projeto ‘Renato Mendes Band’, que teve influência de músicos da HeadCutters. Com o trabalho formado, Renato gravou um EP chamado 'Long Away From Home', disponível nas plataformas de streaming.
No início de 2020 ele retornou para Campo Grande retomando seu trabalho com Rick Bergamo e durante a Pandemia eles gravaram o EP “Live Session”, composto por músicas autorais. A partir desse trabalho, Renato e Bergamo foram chamados para participar do festival Bonito Blues & Jazz Festival 2020.
Veio a pandemia de Covid-19 e com ela mais um período difícil, em que Renato estava impossibilitado de estar nos palcos. Com arrefecimento da onda viral, o artista retomou os trabalhos intensificando sua atuação como produtor e roadie, passando a produzir palco para shows de grandes nomes da música sul-mato-grossense. "Trabalhei com o produtor do Almir [Sater]. Sou roadie dos Filhos dos Livros, Chalana de Prata, Guilherme Rondon, Paulo Simões, da Maria Alice agora, né? Que está com trabalho novo de homenagem ao Paulo Simões e dos Mochileiros", enumerou.
Como músico, Renato tem se inclinado à descoberta da Viola, versatilizando sua produção com referências no Blues, Chamamé, Folk e, aplicando a isso suas influências como Pena Branca e Xavantinho, Goiano e Paranaense, Mestre Bambico, Renato Andrade, Almir Sater, Tonico e Tinoco, Rolando Boldrin, Jair Rodrigues, Zé Ramalho, Raul Seixa, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Guilherme Rondon, Paulo Simões, Geraldo Roca, Carlos Colman, Filho dos Livres e Zé Pretim. “A Viola tem sido um mantra, seu som tem sido um recomeço, me apaixonei e estou descobrindo na música caipira novas formas de sentir a vida, sempre fui uma pessoa ligada a natureza as matas aos animais e ao místico lírico. Na viola, tenho a liberdade de expressar sobre isso e sobre as idas e vindas do amor”, completou. Saiba mais sobre a história de Renato no bate-papo com Nando Dutra, na edição do Condcast que estreia às 19h desta 6ª.feira (17.mar.23). Assista: