A banda campo-grandense Souldbra lançou clip nesta 4ª-feira (18.11.2020), onde aborda um problema crescente em Campo Grande. Há 8 anos a Capital de MS quase conseguiu ostentar o título de ser a única capital no Brasil a não ter favelas. A cidade perdeu o posto, e com mais pessoas sem moradia, cresceu o avanço das ocupações. (Siga o canal da banda - clique aqui).
Para traçar um comparativo basta entender o número levantado: haviam em 2019 cerca de 13 favelas na Capital, hoje há 38 favelas, sendo a da ocupação Homex, próximo ao Bairro Paulo Coelho Machado, na região sul da Capital, a maior em número de domicílios em aglomerados subnormal. São quase mil domicílios na área ocupada de forma irregular.
No clipe, a banda mostra imagens aéreas do crescimento de barracos sub-humanos na Favela Mandela, localizada no Bairro Mata do Segredo, onde moram 300 famílias há quase 4 anos. Ao lado da favela existe um grande residencial. A esperança de todas as famílias assentadas é conseguir uma casa de alvenaria.
A banda cobra por meio da performace de bailarinos que essas pessoas não sejam ignoradas e deixadas a mercê da morte, sem voz e sangrando. Os grupos de dança que fazem a performance no clip são: Contempurban e Soma Cia de Dança, ambos de Campo Grande, que voluntariamente emprestaram sua arte ao clip musical.
Além deles, também há interação de atores no projeto. Conta com a participação especial do grande bailarino, ator e diretor, sul-mato-grossense, Jair Damasceno. Conta ainda com a participação musical do DJ Marquinhos Espinosa.
O vídeo clipe possui imagens de personagens reais moradores de periferias de Campo Grande.
A banda fez lançamento do clip na noite de ontem, veja abaixo:
CRESCIMENTO ACELERADO
Os dados apresentados nesta reportagem fazem parte do levantamento “Aglomerados Subnormais: Classificação Preliminar e Informações de Saúde para o Enfrentamento à Covid-19”, feito pelo Instituto Geografia e Estatística (IBGE), em maio desse ano de 2020.
Apesar do estar crescendo de forma acelerada as fevelas na Capital, dentre os municípios com mais de 750 mil habitantes, Campo Grande figura como o de menor percentual de domicílios ocupados em favelas: 1,45%. Goiânia (2,47%), Nova Iguaçu e São Gonçalo (3,46%) são as cidades que mais se aproximam. Belém (PA), Manaus (AM), Salvador (BA), São Luís (MA) e Fortaleza (CE) são aquelas com mais moradias em favelas.
Entre os estados brasileiros, o Amazonas (34,59%) tem a maior proporção de domicílios em aglomerados subnormais. Em seguida vem o Espírito Santo (26,10%), o Amapá (21,58%), Pará (19,68%) e o Rio de Janeiro (12,63%). Em São Paulo, 7,09% dos domicílios estão nessas localidades. O estado mais populoso do país, contudo, tem pouco mais de um milhão de casas em aglomerados subnormais. O estado com a menor proporção é o Mato Grosso do Sul (0,74%).