A doença celíaca é uma doença autoimune, desencadeada pela intolerância ao glúten, e que afeta 78 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, a Federação Nacional das Associações de Celíacos (Fenacelbra), estima que mais de 2 milhões de pessoas tenham a doença. Hoje (16/05) é comemorado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca.
Entrevistamos a gastroenterologista e hepatologista Isadora Elias Pereira, do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS/Ebserh) para entender melhor a doença.
COMO DIAGNOSTICAR A DOENÇA CELÍACA?
Através de exames de sangue (anticorpos) e biópsia da parte inicial do intestino delgado (através da endoscopia).
É UMA DOENÇA QUE A PESSOA JÁ NASCE COM ELA OU PODE DESENVOLVER EM OUTRAS ETAPAS DA VIDA?
As pessoas nascem com a predisposição genética para desenvolver a doença. Mas só a predisposição genética não significa doença. A doença em si pode se manifestar em qualquer fase da vida (sendo mais comum em pacientes jovens), ou até mesmo nunca se manifestar.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINTOMAS?
A doença pode ser assintomática ou apresentar sintomas de intensidade variáveis. Os sintomas mais comuns evolvem sintomas digestivos associados à ingestão de glúten, como, por exemplo, desconforto na parte superior do abdome, náuseas, distensão abdominal/gases, diarreia, emagrecimento, deficiência de algumas vitaminas/ferro, etc. Em crianças, pode provocar atraso no crescimento.
QUAIS OS PRINCIPAIS TRATAMENTOS?
O único tratamento atualmente é a dieta isenta de glúten, a partir do momento do diagnóstico, para sempre.
A DOENÇA PODE AFETAR ÓRGÃOS DO NOSSO CORPO? SE SIM, DE QUE MANEIRA?
Afeta se a doença não for tratada. São consequências da falta de absorção de nutrientes, vitaminas e ferro, por exemplo. Pode alterar as enzimas do fígado, provocar lesões de pele (dermatite herpetiforme) e, apesar de não ser comum, quando não tratada, pode aumentar o risco de neoplasias intestinais e linfoma intestinal.
REDE EBSERH
O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS)) faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Rede Ebserh) desde dezembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.