26 de julho de 2024
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PENALIDADE MÁXIMA

Empresário suspeito de chefiar esquema de 'fraudar pênaltis' se defende

Supeito lucrava com apostas; cada jogador que entrava no esquema levava R$ 150 mil

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O empresário Bruno Lopez de Moura, que foi preso em São Paulo suspeito de participar de um esquema que fraudava resultados de jogos, era quem fazia as apostas esportivas e intermediava contatos com os jogadores, segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO). Ele seria um dos responsáveis por entrar em contato com um jogador do Vila Nova e pagar um sinal de R$ 10 mil para que fosse provocado um pênalti no primeiro tempo de jogo.

"Ele atua nessa frente, ele é o responsável por realizar, de fato, a aposta, por também promover contato direto com os jogadores, por também fazer a cobrança, o que deu errado", contou o promotor de Justiça Fernando Martins Cesconetto.

Bruno foi preso temporariamente na terça-feira (14.fev.23), durante a operação, que foi batizada de Penalidade Máxima. A prisão temporária tem duração de até cinco dias e o MP explicou que essa ação era necessária para evitar que a investigação fosse prejudicada. A operação ainda cumpriu nove mandados de busca e apreensão em Goiás e outros estados.

"Tem indicativos de jogos nos Estaduais em 2023 também com a mesma forma, com sinal pago para jogadores e mais dinheiro após as apostas, e não só em cometer pênaltis. Mas precisamos avançar. Isso demanda tempo para a investigação prosseguir. Vamos analisar com cuidado as provas que nos chegam", afirmou o Promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em entrevista à ESPN.

A investigação começou com a análise três confrontos da segundona do ano passado - Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina. Os jogadores que aceitassem entrar no esquema deveriam cometer pênaltis no primeiro tempo para beneficiar apostadores. As penalidades aconteceram nos jogos Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina.

Conforme divulgado pelo MP-GO, estima-se que cada membro dessa associação tenha recebido cerca de R$ 150 mil por aposta.

Nesta semana, houve um mandado de prisão temporária cumprido, além de outros noves de busca e apreensão em seis cidades: Goiânia, São João del-Rei (MG), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ). "Os alvos da operação, até agora, são atletas e apostadores. Não há dirigentes, pessoas ligadas aos clubes, exceto os próprios jogadores envolvidos", acrescentou Cesconetto.

OUTRO LADO 

A defesa de Bruno Lopez de Moura, comunicou por meio de Nota à imprensa nesta 6ª.feira (17.fev.23), que acabou de ser constituída, foi recentemente habilitada aos autos e ainda não teve acesso à integralidade dos documentos da investigação.

"O advogado especialista em Direito Penal Econômico Ralph Fraga já conversou com o seu cliente e informou que ele irá colaborar com as investigações. Bruno está sob custódia no Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de São Paulo e o prazo para a prisão temporária deve terminar neste final de semana", apontou em nota. 

"A defesa entende que não há os requisitos legais para uma eventual conversão para prisão preventiva do empresário, uma vez que há provas de que Moura tem uma empresa legalmente constituída que atua no agenciamento de jogadores; tem residência fixa; e que os mandados de busca e apreensão cumpridos forneceram ao Ministério Público os elementos necessários para a continuidade, de forma que a liberdade Bruno não representa risco à ordem social e à eventual aplicação da lei", continuou.  

"A defesa faz questão de ressaltar que a prisão temporária não implica em presunção de culpa. Ela é um instrumento legal que subsidia a coleta de provas para as investigações e, portanto, não deve ser vista como mecanismo para a punição antecipada", finalizou.  

FONTE: *Com G1 e UOL.