05 de dezembro de 2024
Campo Grande 22ºC

CORONAVÍRUS

"Estamos no auge da 2ª onda", diz secretário; ainda assim MS não adota lockdown

Porque Mato Grosso do Sul entra para a 2ª onda registrandodezenas de morte ao por dia sem adotar medidas mais rígidas contra a Covid-19

A- A+

Mato Grosso do Sul registrou mais 14 óbitos neste sábado (9.jan.21), ultrapassando assim a marca de 2,5 mil vidas perdidas para a Covid-19. Os óbitos estão no boletim divulgado pela Secretaria de Saúde de MS (SES). "Estamos no auge da 2ª onda do vírus", disse o Secretário de Saúde, Geraldo Resende, durante a leitura do boletim na 6ª-feira (8.jan), em Campo Grande.  

Nas últimas 24 horas a Secretaria de Estado de Saúde registrou mais 1.111 novos casos positivos para o novo coronavírus. O total de infectados chega a 142.765, o que representa que em torno de 5,01% da população de MS já foi infectada.

Neste início de janeiro já foram confirmados 9.004 exames positivos e 152 óbitos. Conforme os dados oficiais, 7.135 casos aguardam encerramento pelas secretarias de saúde dos municípios.

Apesar de todos os dados até aqui apresentados, MS é um dos estados brasileiros que não adotaram o lockdown para controlar o vírus. O estado insiste em pedir em vão a colaboração da população. 

Dezembro de 2020 foi o mês mais letal da doença com acumulado de 578, porém, em apenas 9 dias de 2021 já houve a confirmação de 152 sul-mato-grossenses mortos por complicações do vírus. A média móvel indica que 23 pessoas faleceram por dia na última semana. Ainda assim o lockdown é ignorado.

Segundo mensagem escrita no Twitter pelo neurocientista Miguel Nicolelis, mundialmente famoso por suas pesquisas sobre a interface entre cérebros e máquinas. "Acabou. A equação brasileira é a seguinte: ou o país entra num lockdown nacional imediatamente, ou não daremos conta de enterrar os nossos mortos em 2021”, alertou o pesquisador.

A BBC Miguel Nicolelis explicou que o Brasil precisa fazer algo muito parecido ao que aconteceu na Grã-Bretanha nos últimos dias. “Isso, aliás, veio a partir do comitê científico britânico, que pressionou o primeiro-ministro e o governo para fazer um lockdown mesmo com o início da campanha de vacinação por lá. Era óbvio que não dava pra esperar pra vacina fazer seu efeito populacional. É preciso conter a escalada para o sistema de saúde não colapsar”, reforçou.

Na entrevista dada a BBC News Brasil, o neurocientista observou a sequência de erros que colocam Brasil em segundo lugar no ranking de mortes por covid-19 no mundo. Ontem, quinta-feira (7.jan.21), Brasil atingiu a marca dos 200 mil óbitos pela doença.

O MS Notícias perguntou a SES o porquê de até aqui o estado não adotou medidas mais rígidas a secretaria disse não ter autonomia para responder a pergunta. A mesma pergunta foi enviada ao governo sul-mato-grossense, no entanto, até a publicação desta reportagem nenhuma resposta nos foi enviada.