26 de julho de 2024
Campo Grande 27ºC

CONSTRUÇÃO CIVIL

Pedreiros de obras de acabamento ganham maiores salários, diz estudo

Ter alguma especialização e morar em certas regiões do Brasil podem engordar a remuneração dos profissionais que trabalham com construção

A- A+

Pela amplitude e demanda da construção civil, o setor necessita de profissionais de diversos campos. De acordo com o Panorama da Construção Civil 2023, levantamento da rede Obramax, algumas especialidades são melhor remuneradas, como a de obras de acabamento.

Segundo dados da Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), pedreiros com esse tipo de especialização têm piso salarial de R$ 2.013,33, com média de R$ 2.069,86 e teto de R$ 3.128,03. Isso representa R$ 9,45 por hora.

O perfil do pedreiro brasileiro é constituído por homens na faixa dos 40 anos, que trabalham cerca de 44 horas semanais e que têm Ensino Médio completo. 49,1% concluem os estudos básicos, enquanto 8,7% saem da escola durante o colegial e 17,5% fazem só até o Ensino Fundamental. As informações são do site Salário.com.

Além da extensa descrição para as atividades de pedreiro, o que chama atenção são os indícios de defasagem da profissão. Por questões sociais e desencontros pessoais, menos pessoas se interessam por entrar na categoria nos dias de hoje.

Consequentemente, fica mais difícil encontrar mão de obra qualificada. Para se tornar pedreiro, o profissional começa a trabalhar como servente, o que permite adquirir experiência e conhecimento no dia a dia.

No entanto, o mercado se apresenta mais competitivo e exigente. É cada vez mais recomendado que haja investimento em cursos profissionalizantes não apenas para conquistar os empregadores e fazer um serviço bem feito, mas também para aumentar o salário.

MELHORES REMUNERAÇÕES NO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Sem contar os profissionais de obras de acabamento, algumas especialidades também contam com melhores remunerações dentro da construção civil, de acordo com o CAGED:

  • Construção de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construções correlatas: Piso salarial de R$ 1.871,04, média de R$ 1.923,57 e teto de R$ 2.906,96 (R$ 8,78 a hora)
  • Construção de rodovias e ferrovias: Piso salarial de R$ 1.903,46, média de R$ 1.956,90 e teto de R$ 2.957,33 (R$ 8,92 a hora)
  • Serviços de engenharia: Piso salarial de R$ 1.922,47, média de R$ 1.976,44 e teto de R$ 2.986,86 (R$ 9,04 a hora)
  • Construção de edifícios: Piso salarial de R$ 1.944,76, média de R$ 1.999,36 e teto de R$ 3.021,50 (R$ 9,14 a hora)
  • Instalação e manutenção elétrica: Piso salarial de R$ 1.939,62, média de R$ 1.994,08 e teto de R$ 3.013,51 (R$ 9,15 a hora)
  • Outras obras de engenharia civil: Piso salarial de R$ 1.961,07, média de R$ 2.016,13 e teto de R$ 3.046,84 (R$ 9,22 a hora)
  • Obras de alvenaria: Piso salarial de R$ 1.968,75, média de R$ 2.024,03 e teto de R$ 3.058,77 (R$ 9,26 a hora)
  • Serviços especializados para construção: Piso salarial de R$ 1.981,48, média de R$ 2.037,12 e teto de R$ 3.078,56 (R$ 9,33 a hora)
  • Incorporação de empreendimentos imobiliários: Piso salarial de R$ 1.984,61, média de R$ 2.040,33 e teto de R$ 3.083,41 (R$ 9,34 a hora)

Os valores correspondem à média nacional e apenas para profissionais com carteira assinada.

QUANTO GANHA UM PEDREIRO?

Informações do CAGED mostram que a remuneração dos pedreiros evoluiu entre 2020 e 2022, com alta de 19,09%. Em média, a categoria ganha R$ 2.007 por mês.

Existe, porém, uma diferença salarial entre as regiões do Brasil. Dados do site Salário.com apontam que os pedreiros sulistas ganham melhor, mas estados do Sudeste, Centro-Oeste e Norte também fazem parte da lista de maiores honorários:

  • Paraná: Piso de R$ 2.126,52, teto de R$ 3.303,89 e média de R$ 2.186,23 (R$ 9,97 a hora)
  • São Paulo: Piso de R$ 2.103,86, teto de R$ 3.268,68 e média de R$ 2.162,93 (R$ 9,86 a hora)
  • Bahia: Piso de R$ 1.977,67, teto de R$ 3.072,64 e média de R$ 2.033,20 9,31 (R$ 9,31 a fora)
  • Roraima: Piso de R$ 1.977,37, teto de R$ 3.072,17 e média de R$ 2.032,89 (R$ 9,29 a hora)
  • Espírito Santo: Piso de R$ 1.903,91, teto de R$ 2.958,04 e média de R$ 1.957,37 (R$ 9,05 a hora)
  • Mato Grosso: Piso de R$ 1.913,88, teto de R$ 2.973,53 e média de R$ 1.967,62 (R$ 8,97 a hora)
  • Goiás: Piso de R$ 1.901,52, teto de R$ 2.954,32 e média de R$ 1.954,91 (R$ 8,94 a hora)
  • Distrito Federal: Piso de R$ 1.874,64, teto de R$ 2.912,56 e média de R$ 1.927,28 (R$ 8,38 a hora)
  • Minas Gerais: Piso de R$ 1.858,92, teto de R$ 2.888,14 e média de R$ 1.911,12 (R$ 8,77 a hora)
  • Rio Grande do Sul: Piso de R$ 1.862,48, teto de R$ 2.893,67 e média de R$ 1.914,78 (R$ 8,73 a hora)
  • Acre: Piso de R$ 1.812,97, teto de R$ 2.816,75 e média de R$ 1.863,88 (R$ 8,50 a hora)

Em contrapartida, os pedreiros do Nordeste são os que ganham menos. Essa discrepância pode ser explicada porque as outras regiões do Brasil oferecem mais oportunidades com carteira assinada, visto que o CAGED não contabiliza empregos informais.

ONDE OS PEDREIROS GANHAM MENOS

Apesar da região Norte ser a última no ranking de remunerações, os estados nos quais os pedreiros possuem menores remunerações ficam no Nordeste. O Rio Grande do Norte é o último da lista, com piso salarial de R$ 1.564,59 e teto de R$ 2.430,85 – a média é de R$ 1.608,52, com rendimentos de R$ 7,34 por hora trabalhada.

Na penúltima colocação está Sergipe, com salário mínimo de R$ 1.596,58 e remunerações que chegam a até R$ 2.480,54. Desta forma, a média é de R$ 1.641,41 os pedreiros recebem R$ 7,61 por hora lá. Completam a lista:

  • Pernambuco: Piso de R$ 1.799,79, média de R$ 1.850,32 e teto de R$ 2.796,26 – R$ 8,49 por hora; 
  • Maranhão: Piso de R$ 1.776,46, média de R$ 2.760,01 e teto de R$ 1.826,33 – R$ 8,43 por hora;
  • Amapá: Piso de R$ 1.786,71, média de R$ 2.775,94 e teto de R$ 1.836,88 – R$ 8,38 por hora;
  • Tocantins: Piso de R$ 1.769,92, média de R$ 1.819,61 e teto de R$ 2.749,86 – R$ 8,30 por hora;
  • Rondônia: Piso de R$ 1.762,50, média de R$ 1.811,99 e teto de R$ 2.738,33 – R$ 8,26 por hora;
  • Pará: Piso de R$ 1.743,20, média de R$ 1.792,15 e teto de R$ 2.708,34 – R$ 8,26 por hora;
  • Mato Grosso do Sul: Piso de R$ 1.757,61, média de R$ 1.806,96 e teto de R$ 2.730,73 – R$ 8,23 por hora;
  • Ceará: Piso de R$ 1.750,86, média de R$ 1.800,02 e teto de R$ 2.720,24 – R$ 8,21 por hora;
  • Amazonas: Piso de R$ 1.698,65, média de R$ 1.746,35 e teto de R$ 2.639,13 – R$ 8,03 por hora;
  • Paraíba: Piso de R$ 1.679,51, média de R$ 1.726,67 e teto de R$ 2.609,39 – R$ 7,89 por hora;
  • Piauí: Piso de R$ 1.678,18, média de R$ 1.725,30 e teto de R$ 2.607,32 – R$ 7,88 por hora;
  • Alagoas: Piso de R$ 1.644,75, média de R$ 1.690,93 e teto de R$ 2.555,38 – R$7,72 por hora;
  • Sergipe: Piso de R$ 1.596,58, média de R$ 1.641,41 e teto de R$ 2.480,54 – R$ 7,61 por hora;
  • Rio Grande do Norte: Piso de R$ 1.564,59, média de R$ 1.608,52 e teto de R$ 2.430,85 – R$ 7,34 por hora.

QUANTO O PEDREIRO GANHA EM CADA CAPITAL DO BRASIL?

Quando são analisados os números das capitais, as tendências são semelhantes às das cidades mencionadas anteriormente. Apesar do Norte ser o estado com menores remunerações para pedreiros, três cidades nordestinas ficam abaixo da região neste ranking: Natal, Teresina e João Pessoa.

Além disso, o Sul e o Sudeste dividem as primeiras quatro posições com Florianópolis, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo. Boa Vista e Salvador são as capitais fora deste eixo melhor posicionadas. Confira a lista completa:

  • Natal (RN): Piso de R$ 1.542,81, média de R$ 1.619,43 e teto de R$ 2.447,33 – R$ 7,38 por hora;
  • Teresina (PI): Piso de R$ 1.652,07, média de R$ 1.734,11 e teto de R$ 2.620,65 – R$ 7,91 por hora;
  • João Pessoa (PB): Piso de R$ 1.664,25, média de R$ 1.746,90 e teto de R$ 2.639,97 – R$ 7,99 por hora;
  • Manaus (AM): Piso de R$ 1.666,13, média de R$ 1.748,87 e teto de R$ 2.642,95 – R$ 8,04 por hora;
  • Campo Grande (MS): Piso de R$ 1.690,78, média de R$ 1.774,74 e teto de R$ 2.682,05 – R$ 8,09;
  • Belém (PA): Piso de R$ 1.700,51, média de R$ 1.784,96 e teto de R$ 2.697,48 – R$ 8,28 por hora;
  • Palmas (TO): Piso de R$ 1.733,47, média de R$ 1.819,56 e teto de R$ 2.749,77 – R$ 8,28 por hora;
  • Porto Velho (RO): Piso de R$ 1.737,76, média de R$ 1.824,06 e teto de R$ 2.756,57 – R$ 8,34 por hora;
  • Brasília (DF): Piso de R$ 1.874,64, média de R$ 1.927,28 e teto de R$ 2.912,56 – R$ 8,38 por hora;
  • Fortaleza (CE): Piso de R$ 1.748,59, média de R$ 1.835,42 e teto de R$ 2.773,74 – R$ 8,39 por hora;
  • São Luís (MA): Piso de R$ 1.736,17, média de R$ 1.822,39 e teto de R$ 2.754,04 – R$ 8,40 por hora;
  • Macapá (AP): Piso de R$ 1.765,19, média de R$ 1.852,85 e teto de R$ 2.800,08 – R$ 8,45 por hora;
  • Rio Branco (AC): Piso de R$ 1.779,56, média de R$ 1.867,93 e teto de R$ 2.822,87 – R$ 8,51 por hora;
  • Recife (PE): Piso de R$ 1.769,66, média de R$ 1.857,54 e teto de R$ 2.807,17 – R$ 8,52 por hora;
  • Porto Alegre (RS): Piso de R$ 1.836,71, média de R$ 1.927,93 e teto de R$ 2.913,54 – R$ 8,83 por hora;
  • Cuiabá (MT): Piso de R$ 1.856,33, média de R$ 1.948,51 e teto de R$ 2.944,65 – R$ 8,91 por hora;
  • Belo Horizonte (MG): Piso de R$ 1.860,14, média de R$ 1.952,52 e teto de R$ 2.950,70 – R$ 8,93 por hora;
  • Goiânia (GO): Piso de R$ 1.881,72, média de R$ 1.975,17 e teto de R$ 2.984,93 – R$ 9,02 por hora;
  • Vitoria (ES): Piso de R$ 1.906,77, média de R$ 2.001,46 e teto de R$ 3.024,67 – R$ 9,19 por hora;
  • Salvador (BA): Piso de R$ 1.946,96, média de R$ 2.043,65 e teto de R$ 3.088,43 – R$ 9,34 por hora;
  • Boa Vista (RR): Piso de R$ 1.949,82, média de R$ 2.046,65 e teto de R$ 3.092,96 – R$ 9,34 por hora;
  • São Paulo (SP): Piso de R$ 2.095,29, média de R$ 2.154,12 e teto de R$ 3.255,38 – R$ 9,81 por hora;
  • Curitiba (PR): Piso de R$ 2.091,54, média de R$ 2.195,40 e teto de R$ 3.317,76 – R$ 10,01 por hora;
  • Rio de Janeiro (RJ): Piso de R$ 2.166,06, média de R$ 2.273,63 e teto de R$ 3.435,98 – R$ 10,53 por hora;
  • Florianópolis (SC): Piso de R$ 2.274,81, média de R$ 2.387,78 e teto de R$ 3.608,48 – R$ 10,87 por hora.

MODELOS DE CONTRATAÇÃO

Muitos pedreiros costumam realizar contratos por empreitadas como uma forma mais segura de formalização. Um outro estudo da Obramax, feito em 2022, no entanto, indica que apenas 39,4% dos profissionais adotam essa solução. 20% nem ao menos conhecem essa possibilidade.

Os autônomos optam pelo Microempreendedor Individual (MEI), um modelo oferecem cobertura do Instituto Nacional do Seguro ( INSS) em caso de acidentes. Já a outra parcela de pedreiros trabalham com carteira assinada.

A dúvida sobre qual vale mais a pena em relação à remuneração, o regime CLT ou MEI, é levantada em diversas áreas de atuação. Enquanto a carteira oferece mais proteção e benefícios ao trabalhador, o MEI não desconta nada da folha de pagamento, o que pode significar um valor maior no final do mês.

Outro modelo de contratação são os concursos públicos para trabalhar em órgãos municipais, estaduais ou federais. Embora o salário seja cerca de 15% abaixo do setor privado (média de R$ 1.693,10), o maior atrativo é a estabilidade empregatícia.