04 de outubro de 2024
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MERCADO AUTOMOBILÍSTICO

Recapagem de pneus de motocicletas deve ser autorizado este ano, diz Vander Loubet

Deputado reuniu-se com o Inmetro para definições finais

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Os deputados federais Vander Loubet (PT-MS) e Carlos Zarattini (PT-SP) tiveram uma nova reunião em Brasília com o presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Márcio André Oliveira Brito, para tratar da regulamentação da recapagem de pneus para essa categoria. 

“Esse tipo de processo já é feito em vários países do mundo, a maioria. Porém, no Brasil, a legislação proíbe”, explica Zarattini. 

Na prática, a medida irá reduzir o preço dos pneus do mercado de motocicletas.

Acompanhados por dirigentes de associações de empresas de recapagem, os deputados defenderam que o Inmetro agilize os trâmites técnicos a fim de comprovar a segurança da técnica para pneus de motos.

Vander e Zarattini com o presidente do Inmetro e dirigentes de associações de empresas recapeadoras. Foto: ReproduçãoVander e Zarattini com o presidente do Inmetro e dirigentes de associações de empresas recapadoras. Foto: Reprodução

Como resposta, ouviram de Brito que os testes para essa regulamentação podem ser providenciados até o final do primeiro semestre deste ano.

Vander argumentou que a recapagem de pneus já é uma realidade no Brasil, atendendo a automóveis, caminhões e ônibus. “Estamos buscando que isso possa se estender às motos também", esclareceu o deputado sul-mato-grossense.

Conforme Vander a demanda do setor de motocicletas por pneus recapados é grande e que essa prática também contribuiria com o meio ambiente. "Com o recapamento sendo autorizado, a gente espera poder ter pneus mais baratos no mercado para que todos os motociclistas, principalmente os motoentregadores e mototaxistas possam economizar, tudo com a devida segurança e regulamentação. Além disso, não se pode desconsiderar a questão ambiental, já que pneu recapado também contribui nesse sentido", conclui Vander.

As associações de empresas de recapagem, a indústria brasileira tem hoje condições de recapar ao menos três milhões de pneus de motocicletas por ano. "Pneus que iriam para o lixo e poderiam ser reaproveitados pela indústria", completa Vander Loubet.

ONDA VERDE

O mercado de recapagem de pneus no Brasil evoluiu na última década, especialmente com as novas tecnologias de automatização. Há 20 anos, a atividade se limitava à atuação em borracharias, normalmente instaladas na periferia das cidades.

Atualmente, empresas estruturadas investem no setor e oferecem serviços especializados, prestados por profissionais capacitados no ofício. O segmento tem um faturamento anual de R$ 5 bilhões (considerando as unidades reformadoras de pneus e os fabricantes de matéria-prima), o que gera uma arrecadação de R$ 1 bilhão em impostos, além de garantir mais de 250 mil empregos diretos e indiretos, sendo a maioria em microempresas e companhias de pequeno porte.

Élcio Mendes, gestor comercial da NSA Pneutec, explica que a reforma de pneus não é mais uma tendência futura de mercado, e sim uma realidade: “Vivemos um momento que o mundo exige cuidados com o meio ambiente, e as novas práticas ESG, por exemplo, são essenciais para atravessar esse momento de crise global e garantir a sustentabilidade”, afirma.

Para a fabricação de um pneu comercial novo, são utilizados 79 litros de petróleo, enquanto, um pneu reformado, consome cerca de 29 litros. Já nos pneus de veículos usuais das pessoas no dia a dia (carros e motos), a fabricação de um novo pneu precisa de 27 litros e, um reformado, apenas nove litros. Essa diferença possibilitou, em dez anos, uma economia de mais de cinco bilhões de litros de petróleo, o que significa que 26 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidos na atmosfera, no mesmo período.

Texto: Éder F. Yanaguita, com informações do portal Catve.com
Fotos: Ascom/Dep. Carlos Zarattini