“Reter produtos para o fim de especulação”, é o crime cometido pelo empresário pego pela polícia de Manaus escondendo 38 cilíndros de oxigênio. A polícia do Amazonas apreendeu a carga que estava em um caminhão na tarde de 5ª-feira, (14.jan.21), em Manaus.
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), o material foi encaminhado, sob escolta, para quatro unidades hospitalares da rede estadual: Hospital Beneficente Português, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) e os Serviços de Pronto-Atendimento (SPA)de São Raimundo e de Coroado.
Ainda conforme a SSP, a polícia chegou ao suspeito devido a denúncia anônima. A capital amazonense está em grave crise sanitária, com escassez de oxigênio para atender à demanda do sistema de saúde, que enfrenta alta de internações por covid-19. As pessoas chegaram a morrer asfixiadas pela falta de oxigênio.
Dos 33 cilindros apreendidos, 26 estavam carregados com oxigênio. Eles teriam sido envasados na 4ª-feira, (13.jan.21).
O proprietário alegou eue temia que a população invadisse o estabelecimento e, por isso, decidiu retirar os cilindros do local. Até o momento, não há, contudo, qualquer relato desse tipo de violência na cidade, em que há mobilizações de familiares de pacientes, de profissionais de saúde e da população em geral para comprar os equipamentos e pedir doações.
A demanda por oxigênio na região quintuplicou na última quinzena. As taxas da doença no Amazonas têm crescido rapidamente nas últimas semanas. O Amazonas tem 223.360 casos e 5.930 óbitos confirmados do novo coronavírus até ontem, 14, de acordo com o governo estadual. As internações por covid-19 no Estado duplicaram em menos de quinze dias, subindo de 128 novos internados em 31 de dezembro, para 258 em 14 de janeiro.