26 de julho de 2024
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DENÚNCIA | INTERIOR

No hospital, idosa quebra o fêmur após 'negligência', diz filha

Paciente foi deixada sozinha na UTI

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Eva Hilda de Barros, de 64 anos, está internada no Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, de Ponta Porã (MS) desde 7 de julho. Ela teria alta em 11 de julho, mas nesse dia, caiu de uma cadeira de rodas após enfermeiros a deixarem ir sozinha ao banheiro. Na queda, a idosa quebrou o fêmur e a filha disse que ela “corre risco de vida”.

A reportagem procurou a assessoria do hospital durante 2 dias, então, após a publicação desta reportagem eles enviaram nota (leia no final do texto)

A filha, Sulma Estela Vareiro, de 41 anos, disse que a mãe é diabética e faz hemodiálise três vezes por semana, após ter sofrido um acidente doméstico e fraturado o nariz. “Após a internação no hospital regional de Ponta Porã, em decorrência do acidente, isso no dia 07 de julho, ela foi levada para fazer hemodiálise com 40 minutos de atraso, após o procedimento, ela deveria ser levada para fazer uma tomografia marcada para às 16 horas, porém, a ambulância, que deveria buscá-la no fim da hemodiálise a deixou aguardando, sentada em uma cadeira de rodas, em frente a clínica do rim, por mais de uma hora e meia, fazendo com que ela perdesse o exame marcado no hospital da Cassems!”, contou.

Ainda segundo Sulma, após retornar ao hospital já na noite do dia 07 para o dia 08 de julho, a idosa sofreu uma nova hemorragia e necessitou uma internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Depois de receber alta da UTI, em 11 de julho, a idosa pediu para ir ao banheiro. “Momento em que foi colocada em uma cadeira de rodas adaptada e permitiram (de forma negligente) que ela ficasse sozinha quando a cadeira virou, ela caiu e quebrou o fêmur!”, revelou.

De acordo com Sulma, mesmo após o acidente a família não foi informada do fato. “E quando minha irmã foi no horário da visita na UTI, não permitiram que ela entrasse sob a alegação que nossa mãe estava passando por um procedimento”, contou. Posteriormente, na verdade, descobriram que a mãe não teria alta da UTI e teria que passar por uma cirurgia em decorrência da quebra do fêmur. “Vai ter que passar por uma cirurgia de alto risco”, lamentou.

Sulma cobra que seja apurada a responsabilidade por terem deixado sua mãe sozinha, sendo que ela estava em uma UTI. A cirurgia para o procedimento no fêmur deve acontecer nesta sexta-feira (15.jul.22), às 13h. Apesar do medo, a filha diz que a mãe precisa fazer o procedimento. "É necessário, pois, se ela não fizer a cirurgia, bem provável que não ande mais. Tivemos que assinar um termo autorizando a cirurgia, mas deixamos bem claro para o médico se minha mãe não tivesse caído no banheiro da UTI, já estaria em casa", finalizou. 

A unidade Hospitalar disse em nota que Eva estava acompanhada no momento da queda e que "não ficou sozinha" como denunciou a filha. 

A íntegra da nota: 
A direção do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto informa que a paciente Eva Hilda de Barros, 64 anos, internada desde o dia 7 de julho, em virtude de acidente doméstico em que, na ocasião, lesionou o nariz, sofreu hemorragia na mesma data e precisou ser direcionada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu até o último dia 11 de julho. 

Após a evolução, a paciente receberia alta da UTI para o leito hospitalar, sendo orientada a não se movimentar, apesar de estar lúcida e consciente. No entanto, a paciente foi ao banheiro com um membro da equipe de enfermagem e pediu que o mesmo ficasse do lado de fora com a porta entreaberta, enquanto realizasse suas necessidades fisiológicas - momento este em que a queda ocorreu. O técnico de enfermagem entrou prontamente no espaço para auxiliar a paciente. A queda resultou em fratura do fêmur e a paciente realizará cirurgia na tarde desta sexta-feira, 15 de julho, após termo assinado pelos familiares de Eva Hilda. 

Vale pontuar que a queda da paciente ocorreu por volta das 14h30 e o procedimento de imobilização, adotando todos os protocolos e cuidados, durou aproximadamente duas horas. Desse modo, a filha da paciente não pôde entrar na UTI para visita, uma vez que o atendimento ocorria naquele momento. 

Por fim, a direção do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto ressalta que nenhum paciente permanece sozinho durante internação no ambiente hospitalar e que os protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde são cumpridos. A direção segue à disposição para mais informações.

Reportagem editada às 10h50 de 15 de julho de 2022 para acréscimo de posicionamento da unidade hospitalar.