A ex-secretária de Educação, Elaine Brito, foi flagrada em um áudio de 43 minutos coagindo educadores para apoiarem a reeleição de Vanda Cristina Camilo (PP), que busca reeleição em Sidrolândia (MS).
O áudio enviado há reportagem mostra Elaine pressionando profissionais da educação a apoiarem sua reeleição da progressista, sob a alegação de eles ‘devem suas contratações a ela’. “Apesar que tenha ligação com vereadores, vocês trabalham para a Vanda. A Vanda é a prefeita e a Vanda assinou a nomeação de vocês”, diz um trecho da gravação.
Durante o discurso Elaine ainda instrui os profissionais a “esquecer as diferenças pessoais” e se unirem em torno da candidatura, afirmando: “Agora tá trabalhando para a Vanda, a eleição é da Vanda”.
A coordenadora disse ainda que o candidato adversário, Rodrigo Basso (PL), que lidera a corrida eleitoral na cidade já tem seus "escolhidos" para cargos na educação, sugerindo que os educadores contratados ficariam desempregados caso Basso seja eleito.
A ex-secretária ainda pediu que os profissionais realizem reuniões políticas durante o horário de expediente, afirmando que há um “jeitinho” para isso. A orientação, porém, contraria a legislação eleitoral.
Ouça o áudio na íntegra:
Abaixo a reportagem destaca os principais pontos do discurso da coordenadora de campanha de Vanda Camilo:
"Nós vamos e estamos chamando vocês para a campanha da Vanda”;
"Se a Vanda concordou que vocês estivessem, é porque ela confia em vocês”;
"Precisamos da colaboração de vocês nas escolas. Ninguém melhor do que vocês sabe quem é e quem não é”;
"Quem é que tem que defender a educação? Eu ou vocês?”;
"Esqueçam as diferenças pessoais ou particulares agora; a gente está trabalhando para a Vanda”;
"O lado de lá tem grupo formado, coordenação formada”;
"A secretaria de educação é a maior secretaria do governo. Tem mil e setecentos funcionários contratados”;
"Percebemos que as pessoas efetivas e concursadas estão mais próximas da campanha do que os contratados”;
"Vocês são funcionários da Vanda, tá? Então, leve isso para vocês”;
"A gente não viu a participação de vocês lá. É o mínimo para participar das reuniões”;
"São dois dias de semana só. É um tempo que a gente precisa aproveitar para fazer campanha”;
"Se a prefeita perder, todo mundo perde. Todo mundo aqui vai perder. Sem exceção”;
"Essa campanha é uma campanha difícil, uma campanha atípica, por tudo o que aconteceu”;
"Ela investiu em desequilíbrio, está dando condições para as escolas, para os professores, para os alunos”;
"Na saúde, a Vanda melhorou em alguns aspectos; em outros, poderia ter sido um pouquinho melhor”;
"Estamos tendo um problema com relação ao hospital, porque é um ano político”;
"A assistência social também teve evoluções. Atendemos muito bem às necessidades, fazendo o que foi possível para as pessoas de baixa renda”;
"Todo mundo fica cuidando do seu vereador e esquece de cuidar da prefeita”;
"Ele vai cagar para o vereador. No primeiro ano, tranquilamente, ele não tem o que fazer”;
"Porque a pessoa está fazendo campanha para ele ir no assentamento, já querendo ser diretor”;
"A gente tem que ficar atento a esses detalhes. Parar de se preocupar com um dinheiro menor e se preocupar com um bem maior”;
"Um bem maior se chama Vanda, a pessoa que desafiou vocês para que vocês fossem coordenadores de escola, com carinho, como se fosse criança dela”;
"Nós podemos discutir educação, mas não é agora. Nós podemos discutir melhoria de salário, mas não é agora”;
"O que está acontecendo com as pessoas indecisas é que estão lá, cheias de dúvidas”;
"A questão do Rodrigo envolve duas situações que as pessoas votam: ou radicalmente de direita ou decepcionado com a corrupção”;
"Eu, como governador Eduardo Filho e o governador Renato Smudi, vamos ajudar ela nessa reformulação”;
"Quem tem esclarecimento é a legislação. Essa operação começou em 2017”;
"Pessoas da administração cometeram erros. Isso existiu. Só que a Vanda não está nisso”;
"Não podemos correr o risco de eleger o Rodrigo, que não tem conhecimento de nada”;
“Os secretários dela... não estão cometendo hoje erros de corrupção, mas erros administrativos”;
"Colocar primeiro o seu interesse em vez do interesse coletivo na hora do voto. Isso é um erro que tem que ser corrigido”;
"Estamos pagando pouco... estamos pagando 150 a cada dois dias, 500 reais”;
"Vocês podem conversar com seus chefes e fazer reunião pra que a gente dê a escola aqui com o diretor”;
"Se esses 30 [funcionários] conseguirem levar 5, são 150 pessoas para montarmos reuniões”;
"Se cada escola abraçar e tivermos uma ou duas reuniões à noite, podemos fazer reuniões com mais de 100 pessoas”;
“Temos quase dez mil alunos. Se cada um trouxer um pai, já são dez mil pessoas”;
"Vocês têm o telefone de todo mundo, podem compartilhar as coisas no WhatsApp e fazer listas de transmissão”;
"Como coordenadores, sentem e toquem isso assim, como se fossem os coordenadores da campanha dentro da escola”;
"Muita gente está querendo votar na emoção. Precisamos fazer as pessoas refletirem sobre isso”;
"Não é um trabalho cansativo. É a rotina de vocês. Coloque as palavras para conscientizar”;
"Se organizem como diretores nas reuniões. A mobilização será melhor com vocês, que conhecem a comunidade”;
"Organizei uma bandeirada na frente da Secretaria de Saúde. Vocês também podem fazer isso”;
" Lá em Campo Grande, vocês veem aquele movimento das esquinas com adesivos, principalmente no final do dia... Sabe quem a maioria dessas pessoas são? Não é a coletora não, a institucional é tudo do Governo da Árvore e da Prefeitura”.